Nívea Maria tem se especializado em fazer papéis crescerem e aparecerem. E é justamente isso que a atriz está conseguindo com sua Magnólia Palhares, mulher do prefeito da cidadezinha de Passaperto, em Desejo Proibido, da Globo. “A novela é um leque muito aberto e faço o meu personagem se destacar dentro do seu núcleo”, declara. Aos 61 anos e 45 de carreira, Nívea avalia que sua trajetória profissional foi moldada à base de muita dedicação e responsabilidade e acredita que atuar para milhões de pessoas não é fácil. “Interpretar não é uma coisa imediatista. Tem de ter muita disciplina. O problema não é só aparecer e pronto, é saber dar continuidade a um trabalho”, afirma. Confira trechos da entrevista:

Como é atuar em Desejo Proibido?

NÍVEA MARIA – A Magnólia é um personagem muito bem desenhado e cheio de humor. Ela não tem um comportamento previsível e acho que isso pode ser um canal interessante para que sucedam episódios dos mais absurdos aos mais óbvios. Sempre que faço novela, me proponho a trabalhar em aberto para que o autor possa brincar com todos os lados do personagem. Sair na rua e saber que a pessoa gosta de você e do personagem, já é uma grande conquista.

Em 45 anos de carreira, você já participou de várias novelas de época. O que impulsiona você a fazer mais uma trama dessas?

NÍVEA – Não recuso papéis. Meu personagem é muito humanizado e meu núcleo é excelente. Já até passei por uma crise de querer achar que minha carreira não ia mais para frente e retomei com mais força por causa do personagem em A Casa das Sete Mulheres, também de época e assinada pelo Walther Negrão.

Por que esse papel foi tão importante para sua carreira?

NÍVEA – A Maria Gonçalves da minissérie tinha uma gana enorme e, até aquele momento, eu só tinha feito personagens submissas. Foi um divisor de águas na minha trajetória. Já fiz vários trabalhos e chega uma hora em que corremos o risco de nos repetir, então estamos sempre em busca de papéis diferentes.

Que personagens gostaria de fazer?

NÍVEA – Tenho vontade de fazer uma mulher mais exuberante. Acho que é o que falta. Não quero jogar para o vulgar, mas seria uma ótima oportunidade de fazer uma mulher malucona, na faixa dos 60 anos, por exemplo.

Por fazer papéis parecidos em tramas não-contemporâneas, você acha que foi engessada pela TV?