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Polícia prende quatro sobreviventes de chacina no Rio
Rio
Da AE
02/11/2003 | 20:51
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Quatro dos doze sobreviventes da chacina do Morro do Zinco foram presos e autuados por associação ao tráfico, após deporem na polícia sobre os assassinatos dos seis jovens ocorridos na madrugada de sábado.

O grupo, de Macaé, no Norte fluminense, estava numa van e ia a uma festa promovida pela facção Terceiro Comando, no Morro de São Carlos, na capital, mas se perdeu e foi rendido por criminosos do Morro da Mineira, que é vizinho e dominado pelo Comando Vermelho, bando rival. Os seis foram mortos a tiros, após um “julgamento” no qual quem tinha “cara de bandido” foi executado.

Segundo o secretário estadual de Segurança Pública, o ex-governador Anthony Garotinho, todos os integrantes do grupo, inclusive os seis rapazes que foram mortos, tinham envolvimento com o tráfico. Os sobreviventes Wanderson da Silva, Cristiano Gusmão Santiago, Jonas de Oliveira Zaror e um adolescente de 16 anos foram presos após prestarem depoimento na DRE (Delegacia de Repressão a Entorpecentes), no Rio.

Para a Polícia, todos sabiam que iam a uma festa promovida por traficantes, o que caracteriza o crime pelo qual foram autuados. Só o motorista da van, cujo nome não foi divulgado, não foi indiciado, porque fora apenas contratado para fazer uma viagem, sem saber o propósito.

Os demais sobreviventes ainda eram procurados pela polícia domingo. De acordo com Garotinho, os jovens tinham passagem na polícia como usuários de drogas, mas as investigações descobriram que eles eram também traficantes. “Eles são do grupo do Rupinol (Rogério Mosqueira), chefe do tráfico da Aroeira (localidade de Macaé), que está preso no complexo penitenciário de Bangu e é do Terceiro Comando”, disse. “Eram receptadores em Aroeira de drogas provenientes de outros lugares, provavelmente do Rio”, afirmou.

O delegado da 165ªDelegacia Policial (Macaé), Jorge Veloso, porém, disse acreditar que os jovens mortos não eram traficantes, apenas usuários de drogas. Parentes confirmaram que os rapazes estavam envolvidos com o uso de entorpecentes e que haviam sido aliciados por criminosos do Rio. Veloso disse que não foram encontradas armas nem drogas na van.

Os corpos de Jansen Silva, 18 anos, Hamilton de Freitas Caldas Júnior, 19, e Marlei de Souza, 16, foram enterrados domingo em cemitérios de Macaé. As famílias lamentavam as perdas, mas não escondiam que eles tinham algum envolvimento com drogas, nem que foram ao Rio especialmente para a festa dos criminosos.




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