"Não é um segredo que muitos governos aliados dos Estados Unidos no mundo, e especialmente na Europa, esperam que Bush seja derrotado", disse o 'Post', acrescentando que se o atual presidente permanecer na Casa Branca, os sentimentos antiamericanos "poderiam ficar muito mais fortes".

"Bush poderia contornar essa reação prometendo rapidamente que a reconstrução das alianças americanas será uma prioridade de seu segundo mandato e prometendo consultar com mais freqüência e cuidado os tradicionais parceiros dos Estados Unidos", opinou o jornal. "Se tem de administrar os grandes desafios que enfrentará no Iraque, Irã, Coréia do Norte e em outras partes, Bush precisará de mais ajuda internacional. Seria bom dizer isso rapidamente", escreveu o 'Post'.

O jornal de Washington informou também que "o desafio poderia ser maior para Kerry" se vencer ele a eleição. Depois de criticar a gestão de Bush no Iraque, Kerry deverá demonstrar que sua presidência "não significará a retirada do compromisso americano de apoiar eleições e acabar com os movimentos extremistas" no país árabe.

Já o 'New York Times' convocou os eleitores a irem às urnas "porque o resto do mundo está muito desiludido com o processo político americano". "Se as pessoas montam em burros nas montanhas do Afeganistão para escolher entre os decididamente imperfeitos candidatos que lhes ofereceram no mês passado, em sua primeira eleição democrática, nós podemos estar ali e forçar os funcionários públicos eleitorais que garantam que nossos votos serão registrados", escreveu.

"Se começarmos a nos queixar agora, talvez possamos arrumar as coisas antes que seja tarde demais", acrescentou o jornal em seu editorial, fazendo um paralelo entre o fiasco eleitoral da Flórida em 2000 e "Atenas na época de Péricles". "A nível presidencial, o voto popular realmente conta, apesar do Colégio Eleitoral", disse o 'NYTimes', em referência ao peculiar sistema de votação indireta que deu a Bush a vitória em 2000, apesar de ter obtido meio milhão de votos a menos que seu adversário democrata da época, Al Gore.