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Sabina completa dez anos de portas fechadas

Problemas na estrutura do complexo
foram as justificativas para seu fechamento

Por Vanessa de Oliveira
12/02/2017 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


 A Sabina Escola Parque do Conhecimento, em Santo André, completou ontem uma década de existência, mas no lugar de festa, portas fechadas. Depois de um 2016 problemático, com paralisação de diversas atividades, perda de funcionários e intensificação de danos estruturais, em janeiro, em pleno período de férias, e quando deveria receber grande quantidade de visitantes vindos de toda a região e da Capital, o equipamento foi interditado, sob a promessa de reestruturação.

Sem aviso em seu site oficial, muitas pessoas perdem a viagem ao irem até o local. A falta de comunicação é reclamação intensa na página da Sabina, no Facebook, como a de uma mulher que foi até lá no último fim de semana. “Fui com crianças especiais, só gostaríamos de informações mais claras”, comentou. A previsão é a de que o espaço seja reaberto em abril, mês de aniversário da cidade.

Problemas na estrutura do complexo, que possui 14 mil metros quadrados de área construída, foram as justificativas da Prefeitura para o fechamento temporário da Sabina, que enfrentava série de dificuldades desde abril de 2016. Em vistoria realizada em 17 de janeiro pelo atual prefeito, Paulo Serra (PSDB), foram constatados infiltrações, cadeiras quebradas e brinquedos encostados.

O funcionamento das atrações já vinha sendo prejudicado desde o encerramento do contrato entre a administração e a FSA (Fundação Santo André) para a gestão do espaço, em junho. Com isso, a Sabina teve de suspender boa parte da programação, principalmente dos locais voltados às experiências científicas, por falta de monitores. A exposição de réplicas de dinossauros também foi fechada.

Conforme balanço divulgado pela atual gestão, equipamentos ficaram sem manutenção após a empresa Ifeec também ter o contrato encerrado. Como a companhia era responsável pela monitoria do espaço Ciências e Tecnologia, todo o andar superior onde os funcionários atuavam acabou sendo fechado. A equipe do Planetário e Teatro Digital Johannes Kepler estava sem receber os salários dos dois últimos meses de 2016. A empresa Vitalis, responsável pelo espaço Arte e Comunicação e pelo trabalho de iniciação à orquestra nos Cesas (Centros Educacionais de Santo André), encerrou o contrato e os funcionários ficaram sem receber os salários de novembro, dezembro e o 13º.

“A administração trabalha para retomar as atividades da Sabina, que já foi considerada um dos melhores espaços do País para o ensino e desmistificação da Ciência e das artes. A manutenção dos equipamentos, bem como a contratação e treinamento de monitores são algumas das prioridades neste momento”, ressaltou a Prefeitura, em nota. Além das reestruturações internas, o Executivo destacou que a Sabina terá mudança na localização da entrada do público, que será por meio do Parque Central. “As obras para essa mudança estão previstas para começar em março”, informou.

Enquanto a Sabina não volta às atividades, os animais continuam a receber cuidados diários. Inclusive, uma das atrações mais concorridas – o pinguinário – ganhou novos moradores, com o nascimento de quatro filhotes: uma fêmea e três machos. Ao todo, 26 pinguins originários da família Magalhães habitam o local.

 

Prefeitura revisa novo contrato com a UFABC para gestão do espaço
O convênio firmado entre a Prefeitura de Santo André e a UFABC (Universidade Federal do ABC) em dezembro para a gestão da Sabina Escola Parque do Conhecimento está sendo avaliado pelo atual governo. O tratado estabelecia a monitoria do espaço ao custo de R$ 2,5 milhões por um ano e previa a atuação de 60 alunos monitores, sendo que 30 já participavam provisoriamente.

Em entrevista ao Diário em agosto, quando as tratativas para o acordo ainda estavam em andamento, o pró-reitor de extensão e Cultura da UFABC, Daniel Pansarelli, disse que o contrato custaria 60% menos do que o anterior, com a FSA (Fundação Santo André). Esta última não conseguiu renovar a prestação do serviço de monitoria devido à falta da certidão negativa de débitos junto à Receita Federal.

Durante vistoria às dependências da Sabina em janeiro, o prefeito Paulo Serra (PSDB) disse que o contrato com a UFABC seria revisto porque “a informação que temos é que eles não têm experiência”.
<EM>Em nota, a UFABC disse que em razão da transição de cargos do Executivo e da consequente revisão dos contratos e convênios estabelecidos, a universidade adiou o início das atividades de monitoria dos bolsistas. “A UFABC solicitou reunião com os novos gestores e terá mais informações tão logo o encontro seja realizado”, concluiu. A Prefeitura, por sua vez, não informou ao Diário se o encontro já tem data definida.




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