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Crise põe Mobilidade em 2º plano

Para deputado de frente parlamentar do setor,
prioridade do Ministério das Cidades é Habitação

Por Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
26/04/2016 | 07:00
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Marina Brandão/DGABC


Sem perspectivas de melhoria a curto prazo da crise financeira que o Brasil tem enfrentando nos últimos meses, governantes afirmam já encarar com preocupação o adiamento de projetos voltados à área de Mobilidade Urbana.

Ontem, durante a realização do Fórum Brasileiro de Mobilidade Urbana, em São Caetano, o deputado federal Herculano Passos (PSD-SP), que preside a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Distribuição de Veículos Automotores e de Mobilidade, declarou já ver o tema em segundo plano nas ações que o Ministério das Cidades planeja colocar em prática nos próximos meses.

“O pessoal do ministério está priorizando terminar projetos de Habitação e, como consequência, tem atrasado as obras de Mobilidade. Acredito que no fim das contas vai acabar faltando dinheiro, mas como os programas habitacionais estavam contratados, é compreensível focarem nessas ações e postergarem a área de transportes”, relata.

A mudança de comando no Ministério das Cidades, inclusive, demonstra as prioridades do governo federal. Na sexta-feira a socióloga Inês da Silva Magalhães, que desde 2005 atuava como secretária nacional de Habitação, assumiu oficialmente o lugar do ex-ministro Gilberto Kassab (PSD) no comando da Pasta.

Na avaliação do secretário nacional de Transportes e Mobilidade Urbana do Ministério das Cidades, Dario Rais Lopes, infelizmente governantes e empresários falharam ao não criar modais ou métodos para desafogar os congestionamentos no sistema viário brasileiro.

De acordo com o secretário nacional, um dos exemplos que evidenciam a falta de empenho dos governantes em colocar em prática ações da área está na apresentação do Plano de Mobilidade que todos os municípios deveriam entregar ao governo federal até abril do ano passado. Segundo Lopes, das 5.570 cidades brasileiras, 3.326 não apresentaram propostas, o que inviabiliza o envio de projetos e, consequentemente, recursos federais para essas obras.

Para o secretário estadual de Educação, José Renato Nalini, embora a crise não favoreça a implantação de projetos grandiosos, é possível ainda que governantes consigam, por meio de medidas simples, diminuir os impactos negativos no sistema viário. Um dos exemplos citados por ele foram as melhorias que a Capital conseguiu com a redução de velocidade em vias de tráfego intenso. Além disso, Nalini destacou a importância de educar crianças sobre as leis de trânsito como forma de conscientizar os adultos.

Embora o cenário não favoreça, o prefeito de São Caetano, Paulo Pinheiro (PMDB), destacou a importância da área e os investimentos que o município tem colocado em prática. “Mobilidade Urbana é um tema que interfere diretamente na vida de todos os moradores, sem exceção. Ganhar tempo e oferecer alternativas nos deslocamentos, sempre com conforto e segurança, são a nossa meta. Inclusive, estamos discutindo com a população nosso Plano de Mobilidade, que concentra iniciativas para o desenvolvimento do setor pelos próximos 15 anos.”

 

Estado tem queda de 3% no número de passageiros de trens e metrôs

Dados repassados pelo secretário de Transportes Metropolitanos de São Paulo, Clodoaldo Pelissioni, apontam queda de 3% no número de passageiros que utilizam o sistema da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e do Metrô diariamente. De acordo com o secretário, a crise que atinge o País fez com que cerca de 120 mil passageiros deixassem de usar os dois sistemas em janeiro, em comparação com o mesmo período de 2015. A queda também aconteceu entre os meses de fevereiro e março, no entanto, o chefe da Pasta não soube especificar o percentual.

Atualmente, 202,6 mil usuários embarcam todos os dias em estações da CPTM que estão localizadas em cidades do Grande ABC. O índice representa 7% do total de passageiros em dia útil de todo o sistema da companhia.




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