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Infância difícil e paixão pelo Azulão marcam atacante Jô

Xodó da torcida, atleta guardava carros
para ter dinheiro e ver equipe em campo

Por Felipe Simões
Do Diário do Grande ABC
08/04/2016 | 07:00
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Ricardo Trida/DGABC


O gramado do Estádio Anacleto Campanella, em São Caetano, do qual marcou o milésimo gol, é extensão das ruas do bairro Olímpico para o atacante Jô. Criado pela mãe, Marisa, em terreno com cinco pequenas casas na Rua Professor Antônio de Queirós Filho, o atacante que hoje faz sucesso com a camisa do Azulão já passou por dificuldade, mas, mesmo com o sucesso, não se esquece das origens humildes da família. A convite do Diário, ele retornou ao local onde morou e relembrou os momentos vividos nas bandas próximas de onde faz a alegria da torcida azulina.

“Passa um filme na cabeça. Vivi toda minha infância aqui. Ter a oportunidade de retornar é muito bom, estou muito feliz”, disse Jô. “Eu ficava muito na rua e jogava futebol. Gostava de soltar pipa também. Cresci me divertindo com a galera. Jogava futsal no Santa Maria, que também é perto. Acompanhei muitos jogos do São Caetano”, afirmou ele, que tem no primo Levi Izaias, 36 anos, testemunha de seus primeiros passos. “Sempre foi artilheiro. Já via que ia dar certo. E hoje está aí”, contou Izaias.

Apesar de ter marcado o milésimo gol do Anacleto Campanella, uma das primeiras memórias de Jô no local não tem a ver com o futebol. “Estava soltando pipa e ela caiu dentro do estádio. Era feriado. Pulei lá dentro e fiquei olhando o campo. Era meu sonho jogar no Anacleto. Nunca imaginava que um dia ia ter a possibilidade de fazer o milésimo gol (do estádio). Guardo todos os jornais para mostrar para meus filhos”, comemorou o camisa 9.

Mesmo sendo espectador assíduo da equipe, não foi fácil acompanhar o auge do Azulão, no início da década de 2000.

“Eu não tinha muitas condições quando o São Caetano estava no auge, então cuidava dos carros para poder comprar o ingresso”, lembrou. “Até brinco com o Carrasco (chefe da segurança do clube): ‘Quantas vezes vim aí e você não me deixava entrar (risos)”, gargalhou. “Teve um jogo que me marcou, contra o Corinthians, em 2006. Eles começaram ganhando e o São Caetano virou para 2 a 1 com um gol do Leandro Lima. Ele deu uma entortada no zagueiro Marinho e chapou a bola no ângulo. Inesquecível”, destacou o atacante.

Agora, Jô está do outro lado do alambrado. A identificação com a torcida é motivo de orgulho para o atacante, que já viu um jogador – seu ídolo no clube – com esse status: Somália.

“Fico até sem palavras para explicar (a identificação). Não tem como falar de mim sem vincular ao São Caetano”, comentou. “Gostava do Somália e tive oportunidade de treinar com ele. A torcida gritava, e eu também, que o Somália era melhor que Eto’o. Disse para ele que via que não era melhor nada”, riu.

A boa fase gera orgulho na família, especialmente na mãe, Marisa Figueira Fernandes, 57 anos. “É um orgulho ver o que está acontecendo com o Jô e o Marinho”, contou dona Marisa, que também é mãe do lateral-direito Mário Fernandes, do CSKA Moscou, da Rússia.

Grafite está descartado contra o Santo André

O único desfalque do São Caetano para o primeiro duelo da fase mata-mata contra o Santo André, amanhã, no Bruno Daniel, é o lateral-direito Grafite.

O atleta se recuperava de estiramento no músculo posterior da coxa direita, mas quando se preparava para voltar sentiu nova lesão e ainda readquire a melhor forma física para retornar aos gramados. A expectativa é que ele esteja apto para a segunda partida, no Estádio Anacleto Campanella.

Se Grafite está descatardo, a dúvida para o técnico Luís Carlos Martins é a presença do zagueiro Júnior Alves. Ele teve deslocamento de patela no joelho direito contra o Taubaté, mas tem boas chances de entrar em campo.

O resto da equipe teve tempo para descansar e está bem fisicamente, já que o treinador conseguiu poupar alguns atletas nas últimas rodadas da fase de classificação da Série A-2.




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