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Saulo corta gratificações, mas promove aliados

Prefeito de Ribeirão extingue 180 bônus, porém
nomeia seis comissionados com salário de R$ 6.000

Por Caio dos Reis
Especial para o Diário
21/09/2015 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


Com situação financeira complicada e depois de anunciar diversos cortes de gastos para tentar fechar o ano no azul, a Prefeitura de Ribeirão Pires, comandada por Saulo Benevides (PMDB), contratou seis funcionários para cargos comissionados dois dias depois de decretar a extinção de 180 funções gratificadas – acréscimo salarial a concursados que exercem posto de confiança.

A publicação, feita oficialmente na terça-feira, inclui nomeação de assessor especial de gabinete de coordenação e gerência e assessor executivo ligado diretamente ao prefeito, cujos cargos têm salário de aproximadamente R$ 6.000. Há também contratação de secretário adjunto. Ao todo, as seis contratações vão impactar em R$ 23.941,59 a folha salarial da cidade por mês.

O caso causou mal-estar entre os servidores justamente porque o governo Saulo tem pedido paciência por causa da delicada situação financeira. No dia 8 de agosto, o secretário de Finanças, Nelson Gomes de Melo, em entrevista coletiva. anunciou série de medidas de austeridade – a intenção é economizar R$ 2 milhões na folha salarial até o fim de 2015.
“Chegamos em um momento em que tem de ser tomada alguma atitude ou os problemas irão piorar. Temos de definir prioridades e apenas ter gastos que também são investimentos”, disse Nelson, na oportunidade.

O corte de gratificações de 180 funcionários públicos foi uma das medidas. Servidores que recebiam até o dobro do salário voltaram a ganhar os vencimentos originais e ocuparem posição de concursados. O impacto foi de R$ 140 mil mensais, segundo Paço. A demissão de estagiários foi outra atitude tomada pela administração. A ação gerou série de críticas do Legislativo ribeirão-pirense.

Em junho, a Câmara aprovou projeto de lei que diminuiu em 15%, temporariamente, a jornada de trabalho dos comissionados, com queda salarial. Por mês, a economia e de R$ 137 mil.

Os imóveis locados também estão na lista de revisão financeira. O contrato anual é de R$ 1 milhão. A expectativa é queda de 15% a 30% no valor com uso de prédios próprios para abrigar secretarias e autarquias, por exemplo. Contratos com locadoras de carros também não serão renovados.

Em nota, o Paço informou que as contratações dos seis comissionados foram feitas para “suprir demandas profissionais”. “Atualmente o quadro conta com aproximadamente 170 profissionais. Das cidades da região, Ribeirão Pires é uma dos municípios que tem menos profissionais em cargo comissionado”, informou.

O Sindicato dos Servidores de Ribeirão Pires foi procurado pela equipe do Diário para comentar os cortes, porém, não retornou os contatos durante dois dias.

EM ESTUDO
A diminuição no número de secretarias e retirada de um dia de trabalho na jornada do funcionalismo também estão cogitadas pelo chefe da Pasta de Finanças para economia de despesa pública. Entretanto, o Paço se restringiu a dizer que as ações estão “em estudo”.

No caso da revisão do número de Pastas, a intenção era a extinção de sete secretarias – caindo de 20 para 13. Já o corte na jornada seria feito com a intenção de diminuir os gastos com água e energia elétrica, por exemplo. 




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