A Prefeitura de Santo André obteve aval do Comdephaapasa (Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico-Urbanístico e Paisagístico de Santo André) para ampliar o estacionamento do Paço – que é pago – sobre área verde existente no local. Durante votação do colegiado na última semana, por cinco votos a quatro, representantes da administração alteraram as diretrizes de preservação do espaço, tombado como patrimônio da cidade.

Representantes da sociedade civil no conselho, no entanto, são contrários às intervenções, sob alegação de que a cidade carece de áreas verdes, além do precedente perigoso de se alterar de forma importante bens já tombados. “Já foram cortadas árvores do Paço sob alegação de que estavam mortas, mas a gente vê que já era para dar espaço ao estacionamento”, criticou a presidente do conselho, a arquiteta Silvia Passarelli. Na internet, abaixo-assinado recolhe apoio para pressionar a administração a rever a medida.

A população também reclama da alteração. O mecânico de manutenção aposentado Israel de Souza, 74 anos, relembrou da Santo André que conheceu há 50 anos. “Dava gosto ver a quantidade de árvores que a gente tinha. Não podemos permitir que se reduza ainda mais”, lamentou. A dona de casa Iva Fernandes, 67, também defendeu a manutenção do Paço como está. “Já passeei muito por aqui com meus filhos, não precisamos de mais estacionamentos”, pontuou.

Em nota, a Prefeitura de Santo André informou que a criação de 224 vagas atende TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) de 2015 firmado com o MP (Ministério Público) e que o projeto prevê modernização de toda infraestrutura da Praça IV Centenário. Conforme a administração, haverá remanejamento de 24 espécimes, transplantadas para o entorno do Paço e, para cada árvore remanejada, outras 20 serão plantadas na cidade.

O estacionamento da Prefeitura conta, atualmente, com 490 vagas e arrecada, em média, R$ 30 mil por mês.