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Empresas dos EUA continuam demitindo
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08/11/2009 | 07:05
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Menos de uma semana depois de o governo do presidente Barack Obama ter afirmado que o programa de estímulo fiscal ajudou a criar ou a salvar quase 650 mil empregos nos Estados Unidos, uma série de companhias informou que fará cortes em massa de vagas.

Na lista das empresas globais que anunciaram reduções significativas de pessoal recentemente aparecem General Motors, Johnson & Johnson, US Airways, Daimler, Nokia Siemens, os bancos HSBC e RBS e a petroleira BP.

Na terça-feira, a Johnson & Johnson informou que pretende eliminar até 7% de sua força de trabalho global de cerca de 120 mil pessoas, o que representará um corte de aproximadamente 8,4 mil empregos. Segundo a companhia, a medida faz parte de um plano de redução de custos que deverá gerar economias de US$ 1,7 bilhão até 2011, quando estará totalmente implementado.

Na semana passada, a companhia aérea US Airways revelou um plano para reorganizar suas rotas e se concentrar na força de redes que a empresa afirma que irão ajudá-la a voltar à lucratividade. Dentro desse plano, a US Airways vai eliminar mil empregos, ou cerca de 3,1% de sua força de trabalho total.

A Microsoft anunciou, na quarta-feira, 800 demissões, que integram um plano mais amplo de cortes em todo o mundo revelado em janeiro deste ano, o primeiro a prever demissões em massa nos 34 anos da companhia. Segundo um porta-voz da Microsoft, o plano agora vai totalizar 5,8 mil cortes, acima dos 5 mil anunciados em janeiro.

Os dois anúncios foram feitos nos EUA um dia antes da publicação do relatório mensal do Departamento do Trabalho daquele país sobre o mercado de trabalho norte-americano. A previsão é que os números mostrem que foram eliminados 175 mil empregos em outubro.

Depois de decidir não mais vender suas unidades europeias Opel e Vauxhall para a Magna International, a General Motors reiterou que cerca de 10 mil empregos poderão ser perdidos na Europa. John Smith, o executivo da GM que está lidando com a reorganização da Opel, disse que a revisão do plano para a empresa alemã deverá manter os cortes, que já estavam previstos anteriormente.

Os supostos 650 mil empregos criados ou salvos nos EUA pelo programa de estímulo do governo acirraram o debate entre a Casa Branca e os republicanos sobre o sucesso do pacote de US$ 787 bilhões. Para alguns republicanos, não se pode falar em empregos "salvos" - um conceito que não existiria nos livros-texto de economia - e os números carecem de significado. Entre os economistas em geral é consenso que a reativação econômica não estará garantida enquanto não houver recuperação do mercado de trabalho.

À parte o debate nos EUA, os recentes anúncios de cortes de emprego não se restringem a companhias norte-americanas. Embora a economia global venha mostrando sinais de recuperação, empresas de todo o mundo seguem reestruturando seus negócios e reduzindo a força de trabalho.

Na Alemanha, a montadora Daimler planeja cortar cerca de mil empregos na sua divisão de carros de passageiros Mercedes-Benz por meio de pacotes de compensação, dentro de um movimento mais amplo para reduzir custos e reorganizar a companhia. Uma porta-voz da Daimler afirmou, no entanto, que o acordo trabalhista da empresa, que descarta demissões nas operações alemãs da companhia até o fim de 2011, permanece em vigência. Ela afirmou também que a magnitude da reestruturação depende de quantos empregados aceitarão as ofertas.

A Nokia Siemens Networks, uma joint venture entre a finlandesa Nokia e a alemã Siemens, anunciou na terça-feira que está reorganizando seus negócios, o que pode levar à eliminação de até 9% de sua força de trabalho global, que totaliza 64 mil funcionários. Isso representaria um corte de cerca de 5,8 mil vagas.

O setor financeiro também não escapou da nova onda de cortes de empregos. O banco britânico HSBC Holdings informou na terça-feira que está cortando 1,7 mil empregos no Reino Unido, a maior parte deles nos segmentos de cobranças e cartões de crédito. A decisão veio apenas um dia após o Royal Bank of Scotland anunciar que planeja eliminar cerca de 3,7 mil vagas em suas operações de varejo no país.




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