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Ajudantes de Papai-Noel realizam sonhos
Por Camila Galvez
Do Diário do Grande ABC
16/12/2012 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


Cestas básicas, roupas, brinquedos, panetone e até mesmo tratamento psicológico. Esses são alguns dos pedidos contidos nas cerca de 5.000 cartinhas recebidas por dez agências da região por meio da campanha Papai-Noel do Correios. Do total, cerca de 2.300 haviam sido adotadas por ajudantes anônimos do Bom-Velhinho até sexta-feira. São donas de casa, aposentados, médicos, empresários e outros profissionais que realizaram o sonho de Natal de crianças carentes do Grande ABC.

O aposentado Fernando Silveira Ramos, 56 anos, tem o hábito de adotar as cartinhas todo ano. "Leio com cuidado e escolho aquelas que têm mais necessidade", destaca. Neste ano, o presente inclui roupas, brinquedo e cesta básica. "A gente vê que a pessoa não tem nem o que comer e pede o alimento para fazer a ceia com fartura ao menos uma vez no ano."

A dona de casa Nelci França de Oliveira, 52, ficou sabendo da campanha na fila para enviar um pacote na agência da Praça 4º Centenário, no Centro de Santo André. Ficou tão sensibilizada que resolveu adotar três cartinhas. "Minha família é grande e todos se uniram para ajudar. O que achei mais bonito foi um menino que pediu um boneco para ele e outro para o irmão de 7 meses."

A certeza de que os presentes serão entregues pelo Correios foi o que levou a médica Letícia Rodrigues, 40, a presentear duas crianças com bicicletas e cestas básicas. "Tenho filhos e sei como eles escrevem para o Papai-Noel cheio de expectativas de realizar seus sonhos de Natal."

Prorrogada

Para quem se interessar, ainda dá tempo de adotar uma cartinha e fazer o fim de ano de uma criança mais feliz. A campanha foi prorrogada até quarta-feira em todo o País.

Para participar, basta se dirigir a um dos dez pontos da campanha, localizados em agências nas regiões centrais dos municípios. Nos locais, é possível ler e escolher as cartas. Depois, é só levar o presente e o Correios se encarrega de entregar. "Em algumas localidades, o carteiro não chega por serem comunidades nas quais não há segurança. Mesmo assim, chamamos essas famílias para que busquem os presentes na agência", destaca o gerente regional do Grande ABC, Antonio Rabello.

A agente de viagens Lara Wosnik, 34, resume a importância desse tipo de ação solidária. "Somos o único Papai-Noel que essas crianças terão."

Pedidos emocionam funcionária há oito anos

Todo fim de ano é igual para a agente do Correios Lurdes dos Santos Oliveira, 35 anos, apelidada de Mamãe-Noel da agência da Praça 4º Centenário, no Centro de Santo André. Ela ajuda a separar e a embalar corretamente os presentes que serão enviados às crianças que tiveram suas cartinhas adotadas no local. "É um trabalho gratificante, e não canso de me emocionar com os pedidos."

No ano passado, Lurdes se deparou com texto inusitado que pedia tratamento psicológico para uma criança. "Achamos que não seria atendido, mas quando uma psicóloga veio até a agência procurar a cartinha, adotou na hora. Ela ainda disse que não era por acaso que tinha escolhido participar da campanha justo na nossa unidade. Só podia ser um sinal de que a cartinha que mais precisava dela estava aqui."

A Mamãe-Noel andreense vê também pedidos caros nos textos, como computadores e celulares. "Mas a maioria quer mesmo roupa, brinquedo e cesta básica para a família. São crianças carentes que dependem da solidariedade alheia para ter um Natal mais feliz."




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