Ex-secretário de Saúde de Mauá, Márcio Chaves (PSD) disse que deixou a administração de Atila Jacomussi (PSB) pelo “desgaste do dia a dia”, declarou que seu plano A agora é retomar os trabalhos em sua empresa de consultoria particular, minimizou as especulações sobre assumir vaga na Prefeitura de Santo André e revelou que não pretende ser candidato em 2018.

Em entrevista ao Diário, o pessedista admitiu que houve tensão na rotina do trabalho em Mauá, mas evitou culpar o prefeito. “O cotidiano desgasta. Há dificuldade de você lidar com uma série de situações que a Saúde nos coloca e, sem planejamento efetivo e sem a maturação dos projetos, leva ao desgaste. Às vezes, pela vontade de ver a solução, atropelam-se os processos e não há maturação dos projetos essenciais.”

Sobre a relação com a FUABC (Fundação do ABC), Chaves admitiu que as constantes discussões atrapalhavam. Segundo ele, havia divergências sobre valores – principalmente sobre a capacidade de pagamento e serviços executados, além da dívida – e que as seguidas trocas no comando da Fundação e do Hospital Nardini criaram ruídos ainda maiores.

“Quando assumimos, tínhamos capacidade de pagamento de R$ 13,5 milhões. Mas o contrato era de R$ 15 milhões. Era necessário fazer um ajuste, que deixou de ser feito, por ‘N’ motivos. Havia previsão de arrecadação e sabíamos que ela não se confirmaria. Não houve superfaturamento, porque pode se interpretar como irregularidade, o que não houve. O que houve foi descompasso. Havia tensão e precisávamos de estabilidade dos interlocutores. Mas houve constantes mudanças em quem representava a Fundação no contrato com Mauá”, lembrou Chaves, citando trocas na presidência da FUABC – saíram Cida Damaia e Maria Bernadette Vianna para chegada de Carlos Maciel – e também no Hospital Nardini – Ricardo Carajeleascow e Renata Martello deram lugar a Vanderley da Silva Paula – em 11 meses.

Especulado para ser secretário de Saúde no governo de Paulo Serra (PSDB), Chaves afirmou que “só posso falar daquilo que tenho poder de decisão”. “Meu poder de decisão está relacionado a voltar para a iniciativa privada. Qualquer outro tipo de especulação está relacionado às coincidências de acontecimentos”, discorreu Chaves, ao citar o pedido de demissão de Ana Paula Peña Dias da Secretaria de Saúde de Santo André no mesmo dia em que ele se desligou da gestão em Mauá.

Sobre candidatura, Chaves adiantou não ter pretensões eleitorais, embora continuará discutindo política. “Não está no meu horizonte ser candidato em 2018 ou 2020.”