Setecidades Titulo Depoimento
Vizinhos de jovens são ameaçados de morte

Denúncia foi feita por moradores do Pq.São Rafael; mais um GCM de Sto.André depôs ontem

Por Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
17/11/2016 | 07:00
Compartilhar notícia
Ari Paleta/DGABC


 Amigos e vizinhos dos cinco jovens que desapareceram no dia 21 e foram encontrados mortos em Mogi das Cruzes relataram sofrer ameaças de morte de um grupo de agentes. Os moradores do Parque São Rafael, Zona Leste de São Paulo, depuseram na tarde de ontem na sede do DHPP (Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa).

Conforme o advogado e integrante do Condepe (Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana) Ariel de Castro Alves, o relato foi o de que as ameaças de morte foram feitas pessoalmente por um grupo antes do caso e repetidas depois da confirmação das mortes. “Eles não sabem especificar se eram policiais ou guardas municipais. Disseram que eram agentes e que achavam que eram policiais”, disse.

Castro, que acompanha o caso, afirmou que mais detalhes não podem ser divulgados para preservar a identidade das testemunhas. Ontem, ele também acompanhou a mãe da vítima Jonathan Moreira Ferreira, 18 anos, que prestou depoimento e teve o celular analisado pela Polícia Civil. “Os arquivos foram copiados para que se verifiquem as conversas, áudios e demais arquivos que ajudem a elucidar o caso.”

O DHPP investiga a participação de GCMs (Guardas-Civis Municipais) de Santo André na participação da chacina. Conforme o advogado, na manhã de ontem, pelo menos mais um integrante da corporação prestou depoimento. A previsão é a de que entre dez a 12 agentes façam o mesmo até amanhã.

O instrutor de tiro da GCM Rodrigo Gonçalves de Oliveira, que é guarda há 17 anos, foi preso na última semana. Ele assumiu utilizar um perfil falso no Facebook para atrair os jovens a uma suposta festa em Ribeirão Pires, porém alegou que eles não apareceram e diz não ter envolvimento com as mortes.

A investigação trabalha com a motivação de vingança pela morte do agente Rodrigo Lopes Sabino, 30, morto em um latrocínio no Jardim Ana Maria, no fim de setembro. Duas vítimas da chacina – Caíque Henrique Machado Silva, 18, e César Augusto Gomes, 19 – tiveram conexão com o crime.

Questionada pelo Diário sobre o assunto, a Prefeitura de Santo André manteve o posicionamento de que coopera com a investigação e mantém os critérios éticos e sigilosos a fim de não atrapalhar o andamento dos trabalhos. O caso está sendo acompanhado pela corregedoria da corporação,

A Secretaria de Segurança Pública do Estado informou, por meio de nota, que a Polícia Civil prossegue investigando o caso e que “diversas pessoas serão ouvidas em inquérito policial, incluindo guardas-civis. Mais detalhes não serão informados para não atrapalhar as investigações”.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;