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Chácara Silvestre será casa cultural
Andrea Catão
Do Diário do Grande ABC
04/11/2005 | 08:24
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A Chácara Silvestre, no bairro Nova Petrópolis, em São Bernardo, deve abrigar, até o fim do próximo ano, um centro de cultura e educação ambiental. Orçado em R$ 13 milhões, serão construídos na área de 131 mil m² o Museu de São Bernardo, uma escola de educação ambiental, um palco para apresentações ao ar livre e trilhas para caminhadas, além de ser mantida a vegetação existente no terreno. O restauro do casarão, que hoje abriga o Museu do Folclore, também está incluído no pacote, cuja licitação já foi aberta.

O casarão, construído nos anos 30, pertenceu ao primeiro prefeito da cidade, o banqueiro Wallace Simonsen, que assumiu o cargo logo após a emancipação política de São Bernardo, em 30 de novembro de 1944. Todo o terreno, que engloba ainda uma área de 13 mil m² utilizada pelo destacamento da Cavalaria da Polícia Militar, servia de casa de veraneio à família de Simonsen. Em meados da década de 70, a Prefeitura de São Bernardo adquiriu o terreno e criou, em 1979, a Casa das Artes. Desde então, o espaço sempre foi utilizado para fins culturais.

O projeto foi desenvolvido pela USP (Universidade de São Paulo) em 2002, embora desde a segunda gestão do prefeito Maurício Soares (1997-2000) a administração municipal tinha a idéia em transformar a Chácara Silvestre em centro cultural. “A vontade é antiga, mas o governo trabalha com prioridades. Por esse ser um projeto que demanda investimento pesado, outros foram implementados pela administração. Tanto é que o projeto é o mesmo que foi lançado em 2002. Mas desta vez não será mais protelado, pois a licitação já foi aberta”, afirma Admir Ferro, secretário especial de Assuntos Voltados à Comunidade, que já ocupou a pasta de Educação e Cultura.

Ele espera que até o fim de janeiro a licitação seja finalizada para que as obras tenham início. Durante o período, o acesso à Chácara Silvestre será restrito ao Museu do Folclore, embora durante o tempo em que o casarão for restaurado o serviço permanecerá fechado. Assim que as obras começarem, a previsão de entrega é de um ano.

Admir Ferro afirma que as novas construções serão realizadas sem que seja encoberta a vista do casarão, que fica no ponto mais alto do terreno. O museu ficará atrás do prédio, enquanto a escola de educação ambiental será construída na margem direita do casarão, onde também está a maior concentração vegetal. À esquerda da construção, considerado patrimônio histórico pelo Compahc (Conselho do Patrimônio Histórico e Cultural de São Bernardo), ficará o palco. A estrutura será erguida no local onde ficava a piscina da propriedade de Simonsen. Os vestiários servirão de camarim e salas de apoio aos eventos.

Meio ambiente – São Bernardo mantém em todas as escolas municipais, como parte do conteúdo pedagógico, programa de educação ambiental. No entanto, não tem qualquer equipamento exclusivo para esse fim. Com a construção da escola no Centro Cultural, serão desenvolvidas atividades e oficinas aos alunos da rede pública.

A chefe da Divisão de Incremento ao Ensino de São Bernardo, Eunice Paiva Okabe, afirma que a estrutura terá capacidade em abrigar diariamente cerca de 400 estudantes. Dentre as possibilidades, os professores poderão demonstrar aos alunos como se dá o ciclo das águas, como é o processo de geração de energia, a destinação do lixo e a reciclagem, além de conhecerem um pouco mais as espécies nativas da Mata Atlântica e sua função reguladora do clima e da produção de água. Vale lembrar que São Bernardo mantém hoje apenas metade da cobertura vegetal de mata, de acordo com atlas elaborado pela ONG SOS Mata Atlântica.

No início do século 20, quando a Chácara Silvestre pertencia ao major Benedito Cesário do Nascimento, parte da vegetação nativa deu lugar à plantação de eucaliptos. O major tinha como objetivo vender lenha aos carvoeiros das colônias. “O projeto da escola também visa reflorestar parte da área com vegetação típica de Mata Atlântica. Esse trabalho também fará parte das atividades ambientais que iremos desenvolver com os alunos”, diz Eunice.

Ela conta que esse trabalho na escola será realizado em dias úteis e que nos fins de semana a intenção é abrir o espaço para outros grupos, desde que seja feito agendamento.

Museu – O acervo documental e de objetos que contam não só a história de São Bernardo, mas da região, vão todos para a Chácara Silvestre. A intenção é manter o acervo do Museu do Folclore no casarão, onde ocorrem exposições temáticas. No complexo a ser construído na parte de trás da propriedade, será instalado o Museu de São Bernardo. Atualmente, o acervo fica em prédio com capacidade reduzida na rua João Pessoa.




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