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Preços dos eletroeletrônicos vão contra inflação no País
Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
18/10/2010 | 07:18
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Enquanto o consumidor brasileiro sentiu no bolso a inflação de 3,82% no acumulado do ano, até setembro, o entretenimento ficou mais barato. Vários aparelhos eletroeletrônicos apresentaram queda nos preços em 2010 de até 9,67%, caso do videogame.

As variações foram captadas com base no IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor Semanal) do Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas). Se considerarmos o período de 12 meses encerrado no fim de setembro, o videogame barateou 12,55%, em média, nas lojas.

Na ponta do lápis, quem pretendia comprar um videogame de última geração, em outubro de 2009, com preço próximo a R$ 1.000, hoje, em média, encontra por menos de R$ 900. Com a diferença é possível comprar um jogo para os aparelhos, ou inteirar boa parte do valor.

A segunda maior queda apresentada no levantamento foi do televisor em cores. A variação atingiu recuo de 8,23%. A grande demanda pelo produto, principalmente no período da Copa do Mundo, é um dos fatores que estimularam a redução nos preços.

Na avaliação do responsável pela pesquisa e economista do Ibre/FGV, André Furtado Braz, durante o ano houve fatos que influenciaram o barateamento do custo dos eletroeletrônicos. Entre eles figurou a desvalorização do dólar. "A moeda não foi a única responsável, mas contribuiu principalmente para os eletrônicos que são importados", disse.

Moeda - O dólar comercial no fim de setembro custava R$ 1,69, contra R$ 1,74 no último dia do ano passado. Houve, portanto, desvalorização de 2,9%.

Considerando o período de 12 meses encerrado no fim do mês passado, o decréscimo atingiu 4,62%. Na sexta-feira, a moeda fechou o dia em R$ 1,66, acumulando desvalorização de 4,4% no ano.

Celulares - Para a Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), que responde pela indústria de computadores e periféricos e telefones celulares, o dólar tem grande peso na queda dos preços.

A entidade informa que, com a desvalorização da moeda, as empresas já importam produtos finais em vez de componentes. Esse processo acarreta em melhor oferta aos consumidores.

No ano, os computadores e periféricos ficaram 2,66% mais baratos e, os celulares, 5,19%. Aparelhos de som e de DVDs apresentaram reduções, respectivamente, de 3,97% e 1,97%.

Real valorizado gera risco de desindustrialização no País
A Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica) alerta que a valorização do real, e a consequente queda no dólar, pode ocasionar um processo de desindustrialização no setor de eletroeletrônico.

Para a entidade, a condição atual da moeda aumenta as chances das empresas importarem produtos finais. Com isso, a compra no Exterior de componentes para fabricar os aparelhos no País é reduzida.

Na avaliação da entidade, esse processo em primeiro momento proporcionaria melhores preços aos consumidores. Mas, se persistir, pode acarretar demissões nas fábricas.

Segundo levantamento da Abinee, em 2005, o movimento no mercado interno da indústria elétrica e eletrônica foi de R$ 84 bilhões, sendo que 15,9% deste montante foi proveniente de produtos finais importados.

A previsão é que, neste ano, o valor aumente para R$ 139 bilhões, com percentual de importação de 20,7%. Isso representa acréscimo de R$ 15,4 bilhões de produtos finais importados.




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