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Pesquisa: consumidor prefere quitar dívidas a comprar
Por Carolina Rodriguez
Do Diário do Grande ABC
04/10/2003 | 18:46
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Os consumidores devem preferir quitar as dívidas e limpar o nome do que realizar novas compras nos próximos meses. Este é o resultado de uma pesquisa feita pela ACSP (Associação Comercial de São Paulo). De acordo com o levantamento, 95% dos entrevistados disseram que pretendem limpar o nome, sendo que apenas 5% manifestaram o desejo de continuar comprando (veja tabela ao lado). A pesquisa foi realizada com os inadimplentes que procuraram a entidade nas últimas semanas.

O levantamento da Associação Comercial mostra ainda que do total de consumidores que pretendem limpar o nome, 71% deles utilizarão recursos do próprio salário. Os demais devem usar o dinheiro do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) (2%); férias (4%); poupança (2%); e outros (21%).

Quando questionados se pretendem realizar compras a prazo nos próximos meses, 37% dos entrevistados responderam que sim, contra 63%, que disseram que não. Entre os produtos que devem ser adquiridos, os consumidores responderam móveis (23%), eletrodomésticos (20%), material de construção (15%), roupas e calçados (9%), automóveis (9%), alimentação (6%), celular (2%), casa ou apartamento (1%) e outros (15%).

O levantamento da entidade mostra ainda que o desemprego continua sendo a principal causa de inadimplência, com 58% dos casos, seguido por fiador ou avalista em segundo lugar, com 12%, e por descontrole dos gastos, em terceiro, com 9%. Do total de pessoas que apontaram o desemprego como causa da inadimplência, 43% continuavam sem emprego.

Quando questionados sobre as principais formas de endividamento, 39% dos consumidores responderam carnê ou cheque, sendo que 66% deles têm as duas formas de inadimplência. No caso do carnê, 27% disseram possuir três ou mais débitos, enquanto no cheque, 35% tiveram mais de seis folhas devolvidas por falta de fundo.

O comércio foi o setor mais afetado pela falta de pagamentos, com 49% do índice de inadimplência, seguido pelos bancos em segundo, com 22%, e pelas financeiras, em terceiro, com 13%.

Otimismo – O diretor de economia da Associação Comercial de São Paulo, Marcel Solimeo, acredita que este fim de ano seja melhor do que o de 2002. “O comércio é otimista por natureza. Mas a nossa expectativa é de termos um Natal igual ou um pouco superior ao do ano passado”, disse o diretor, explicando que 2002 foi muito fraco para o setor. “A base de comparação é baixa”, afirmou.

A previsão da entidade, segundo Solimeo, não está baseada apenas em “otimismo”. De acordo com ele, o próprio governo mostra que a economia está seguindo pelo caminho certo, por conta da queda da inflação e dos juros, e das iniciativas de incentivo ao crédito, entre elas, o microcrédito. “A inflação estabilizada permite aos trabalhadores repor as perdas salariais e aumentar o poder de compra”, afirmou.




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