O ex-presidente Fernando Collor de Mello (PRTB) disse, neste domingo, durante o lançamento oficial de sua candidatura à Prefeitura de Sao Paulo, que será o candidato "contra a bandalheira que aí está". Segundo ele, seu caixa de campanha deverá ser D. Paulo Evaristo Arns. "Estou aguardando
uma reposta", disse Collor. O ex-presidente atacou o prefeito afastado Celso Pitta (PTN) e os tucanos. "Vamos arrebentar a estrutura corrupta na prefeitura e no governo de Sao Paulo."
Mais de uma vez, durante seu discurso, o ex-presidente demonstrou seu interesse em um dia retornar ao
Palácio do Planalto, soltando frases como: "Nao deixarei de
discutir questoes paulistanas ou nacionais", ou "Vocês
serao ouvidos, seja se eu estiver aqui, na prefeitura, ou em
Brasília, no Planalto."
Collor também nao poupou o presidente Fernando Henrique
Cardoso, ao classificar seu governo como hipócrita. O
ex-presidente também falou que os tucanos vinham recebendo
aquilo que merecem, mas nao deixou claro se falava sobre as
agressoes recebidas pelo governador Mário Covas e pelo ministro
da Saúde, José Serra.
Posteriormente, durante entrevista coletiva, Collor
afirmou que falava apenas do descontentamento da populaçao para
com os governos. "Sou contra a violência, até porque fui
agredido durante a campanha presidencial de 1999",
esquivou-se.
A ratificaçao da candidatura de Collor ocorrerá apenas
no dia 25 de junho, quando o PRTB fará a convençao municipal para o
formaçao da chapa e a oficializaçao dos candidatos a vereador
pelo partido. Durante a convençao, será definido o vice de
Collor na chapa.
Segundo o presidente nacional do PRTB, Levyr Fidelix, as
negociaçoes estao adiantadas para a formaçao de uma chapa com o
PL. Neste caso, o deputado federal Marcos Cintra (PL-SP) abriria
mao de sua candidatura à Prefeitura paulistana para ser o
candidato a vice-prefeito.
No evento deste domingo, os pré-candidatos a vereador do
partido conseguiram mobilizar seus correligionários até o
Anhembi, local do evento. Pelo menos 1,5 mil pessoas estiveram
presentes, a maioria transportada por ônibus fretados pelos
pré-candidatos.
Como na campanha à Presidência da República em 1999, com
o punho cerrado, gritando muito, ao lado de sua mulher, Roseane,
Collor afirmou que representa os descamisados e pés-descalços, e
que será o candidato que "irá defender o povo dos
opressores".
Para o ex-presidente, em 1992, nao foi o povo que saiu
às ruas para pedir o seu afastamento do governo, e sim "as
classes dominantes e poderosas, que financiaram e me tiraram do
governo". "Mas, agora, eles terao de sucumbir à vontade do
povo paulistano", afirmou. Em nenhum momento o ex-presidente
definiu exatamente quem seriam os "poderosos" que o tiraram do
governo.