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Crise congela repasse da Caixa às obras em estudo do Grande ABC

Somados todos os recursos prometidos às sete cidades que estão paralisados, União engaveta R$ 356,3 mi à região; não há previsão de envio

Raphael Rocha
Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
18/10/2015 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


A crise econômica pela qual o Brasil passa prejudicará os repasses de recursos do governo federal, por meio da Caixa, ao Grande ABC. Transferências para diversas obras nas sete cidades que já caminhavam a passos lentos devem continuar no papel por conta do rombo nos cofres da União. Somadas, as verbas prometidas à região chegam a R$ 356,38 milhões.

Com exceção de São Caetano e Rio Grande da Serra, os cinco municípios aguardam desfecho de projetos. A maioria é recurso prometido para Habitação, por meio do Programa Minha Casa Minha Vida, vitrine dos governos do ex-presidente Lula (PT) e uma das promessas de campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) em 2014.

Administrada pelo prefeito Carlos Grana (PT), Santo André aguarda a liberação de pelo menos R$ 36,42 milhões para custear construção de moradias para a população de baixa renda e obras de contenção de encostas em área de riscos. “Existe atraso (nos repasses) e até entendemos isso, mas faremos o que for preciso para garantirmos que os recursos sejam transferidos. Estamos em tratativas junto a União para que aquilo que está combinado seja acertado, nem que seja atrasado”, discorreu o secretário de Governo andreense, Arlindo José de Lima (PT).

São Bernardo, administrada pelo prefeito Luiz Marinho (PT), tem R$ 77,47 milhões para receber da União para por em prática projetos de urbanização de assentamentos precários no bairro Batistini (R$ 673.140) e construção de conjuntos habitacionais (R$ 76.800), um deles no Montanhão. Já os projetos enviados pelo governo Lauro Michels (PV), em Diadema, e que seguem estacionados na Caixa, somam R$ 13,4 milhões. As verbas bancariam a construção de moradias populares (R$ 3,2 milhões), intervenções na área de saneamento básico (R$ 9,5 milhões), esportes (R$ 300 mil) e recapeamento asfáltico de vias (R$ 408 mil).

Em Mauá, o prefeito Donisete Braga (PT), espera pelo menos R$ 102,6 milhões do governo federal para viabilizar a construção de unidades habitacionais (R$ 100,6 milhões) e urbanização de diversos bairros. “Estamos numa situação em que preparamos tudo, licitamos e não conseguimos tirar do papel (porque o recurso está travado). Eu não vou assumir esse ônus de iniciar uma obra e não concluir, para depois ser taxado como incompetente”, lamentou Donisete, que não poupou críticas ao governo petista. “A presidenta Dilma é teimosa, não está sabendo ouvir as sugestões dos companheiros (do partido). Eu sou à favor da saída do (Joaquim) Levy do Ministério da Fazenda, que está comprometendo as finanças públicas. (A crise) estava prevista para janeiro. Estamos chegando em dezembro e continuamos na mesma”.

Em reunião com os prefeitos do Grande ABC, na sexta-feira, o ministro das Cidades, Gilberto Kassab (PSD) pediu compreensão aos gestores por conta da realidade financeira do País e garantiu que os projetos já prometidos deverão ser cumpridos. Para tanto, a União prorrogou o prazo para a assinatura de novos contratos do Minha Casa Minha Vida. “Todos sabem que no presente momento assinar novos contratos é inviável. Seria apenas ser gentil com os prefeitos. Por isso, para que os municípios fiquem tranquilos em relação à nossa disposição, nós prorrogamos os prazos e assim podemos ter volume adicional de novos investimentos”, assegurou o ministro. 




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