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FUABC é suspeita de fraudar concurso
Por Adriana Ferraz
Do Diário do Grande ABC
26/06/2008 | 07:02
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Ausência de gabarito, não-divulgação da lista de classificação e troca de número de inscrição entre convocados à terceira fase do processo seletivo para vagas no Hospital da Mulher, em Santo André. O acúmulo de falhas levanta a suspeita de fraude na escolha de 16 funcionários para o setor de enfermagem e administração do centro hospitalar.

Concorrentes acusam a Prefeitura e a Fundação do ABC, responsável pela seleção, de promover processo de cartas marcadas. "Acho que é armação. Quando fui checar se estava classificada, não encontrei meu nome, mas notei que meu RG e número de inscrição (399) estavam listados com outra candidata", disse Valéria Costa Ramos, que concorre à vaga de auxiliar de enfermagem.

Na dúvida se havia passado ou não, Valéria entrou em contato com funcionários da Fundação, que ficaram de checar o motivo do erro. "Isso foi na terça e eles encaminharam o caso à Secretaria de Saúde. A atendente me disse que havia outras reclamações e ficou de ligar de volta. Ontem, recebi um telefonema explicando que houve erro de digitação e que eu havia passado. Mas ela afirmou que uma nova lista seria divulgada, o que não aconteceu."

Ao invés de anexar outra tabela de classificação para a próxima fase (dinâmica), a Fundação do ABC retirou os nomes divulgados em mural da faculdade ontem à tarde. As demais listas, para enfermeiros (nove vagas), técnicos de enfermagem (duas) e oficiais administrativos (quatro), continuavam expostas, mas no início da noite também foram retiradas.

O número de convocados para a dinâmica, porém, não confere com as regras publicadas em edital do processo seletivo. Para as três vagas de enfermeiro em unidade de internação, por exemplo, o edital previa a convocação de 40 pessoas. A lista contém apenas dez nomes. A diferença não acontece na convocação de enfermeiros para unidade neonatal. Foram selecionados 30 nomes, conforme as regras.

As suspeitas de fraude na escolha dos aprovados e a proximidade da terceira etapa do processo, programada para o dia 30, preocupam quem ficou de fora. O especialista em concurso público e seleção de pessoal Fábio Moura Melo explica que as pessoas que se sentiram lesadas devem entrar com recurso o mais rápido possível. "Os erros precisam ser corrigidos pela organização e as datas remarcadas, se necessário. Os pressupostos de qualquer seleção incluem ampla divulgação dos resultados, com gabarito exposto aos candidatos. Nunca vi uma organização se negar a publicar isso", diz.

Para a concorrente Sônia Cristina Santos de Melo, que também disputa a vaga de auxiliar de enfermagem, a prova já começou errada. "As carteiras não estavam marcadas. Podíamos sentar em qualquer lugar. Nunca vi isso, Em concursos, os candidatos têm os nomes marcados nas mesas, que eram alternadas. Desta vez, estávamos todos aglomerados."(Colaborou André Vieira)




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