Política Titulo Indeferido
Dedé é indeferido pelo
TRE e será substituído

TRE julga irregular a candidatura do popular-socialista; Volpi
tenta convencer Rosi a ser candidata substituta em Ribeirão

Cynthia Tavares
Do Diário do Grande ABC
04/09/2012 | 06:29
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O TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo) manteve o indeferimento ao registro de candidatura de Edinaldo de Menezes, o Dedé (PPS), vice-prefeito de Ribeirão Pires e indicado da administração para disputar o Paço. Com a derrota, o prefeito Clóvis Volpi (PV) tenta convencer Rosi de Marco (PV), vice na chapa majoritária, a se tornar candidata substituta, mas ela resiste à ideia. A decisão deve sair hoje.

A juíza relatora do processo, Clarissa Campos Bernardo, afirmou em seu voto que a Lei da Ficha Limpa vale para as eleições deste ano e declarou Dedé inelegível. "O candidato foi condenado e a decisão não merece reparo. A inelegibilidade persiste", ressaltou a magistrada.

Dedé foi condenado por abuso de poder econômico nas eleições de 2004, quando concorreu ao Legislativo. Na época, ele encartou um folheto no jornal de seu pai, Gemecê de Menezes. A condenação enquadrou o vice-prefeito na Lei da Ficha Limpa, aprovada em 2010. A nova legislação subiu de três para oito anos de inelegibilidade a pena para crimes desse tipo.

O julgamento do caso contou com a sustentação do advogado de Dedé, Alexandre Damásio Coelho, que reiterou a participação do popular-socialista nas eleições de 2008. "A pena foi cumprida até 2007. Ele foi registrado em 2008 e concorreu. Depois de oito anos (do crime) ele recebe a notícia de que está inelegível", reclamau.

Por outro lado, Arthur Rollo, advogado da coligação Mudar para Melhor, encabeçada pelo candidato a prefeito pelo PMDB, Saulo Benevides (PMDB), e autor do pedido de indeferimento, ressaltou que a retroatividade da Lei da Ficha Limpa precisa ser aplicada ao registro de candidatura e mostrou outras decisões dos juízes do TRE sobre o caso. "Houve ação constitucional que aplicou a Ficha Limpa para o pleito em 2012 e foi um divisor de águas. Foi decidido que a lei retroage", afirmou.

A decisão em segunda instância cabe recurso do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), mas a análise dos advogados e do grupo governista foi de que não há tempo hábil para ser julgado antes da votação, em 7 de outubro. "Considero a decisão injusta e minha decisão será pensando no grupo", declarou Dedé, por meio da assessoria.

 

À FLOR DA PELE

Ontem à noite, o clima no reduto governista era pesado, principalmente pela discussão sobre a substituição de Dedé. Rosi só não foi anunciada ontem porque se mostrou desconfortável com a situação de substituir o popular-socialista. A vice na chapa não escondeu o nervosismo e o abatimento em decorrência do indeferimento.

Volpi comanda processo de convencer a correligionária, mas se a verde não aceitar a proposta, Mercedes D'Orto (PV), candidata ao Legislativo, figura como plano B. Mas ela também está reticente, pois avalia que sua vaga na Câmara está quase garantida.

Rosi é tratada como melhor nome do grupo, pois tem experiência executiva - foi secretária de Educação entre 2008 e 2012. Ela foi filiada ao PR até o ano passado, mas saiu do partido e ingressou no PV a pedido de Volpi, que já visava a candidatura dela neste ano.

A decisão acerca da troca da cabeça da chapa ao Paço foi adiada também em função de Dedé não ter comparecido ao encontro com líderes partidários, marcado para às 21h de ontem. Volpi foi embora do comitê extremamente irritado, após esperar duas horas. Presidentes de partido ouvidos pelo Diário afirmaram que a postura do popular-socialista foi "molecagem".

Rosi desconversou sobre o desconforto. "Não vi o que estava acontecendo, pois estava em outra sala", amenizou. A assessoria de Dedé informou que ele ainda não havia decidido se iria recorrer ou renunciar. Ele estava em São Bernardo, em reunião com o deputado estadual e coordenador regional do PPS, Alex Manente.




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