O aumento do nível de escolaridade da população brasileira é o mais forte pilar que sustentou a redução do trabalho informal entre 2002 e 2009. Nesses sete anos, o percentual de informalidade no número de empregos totais no País caiu de 43,3% para 37,4%.

As informações são do trabalho Evolução Recente da Informalidade no Brasil: Uma Análise Segundo Características da Oferta e Demanda de Trabalho. Os autores são os pesquisadores do Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas) Fernando Holanda Barbosa Filho e Rodrigo Leandro de Moura. A informalidade, vista pelo trabalho, é a fração de empregados sem carteira em relação ao total de profissionais. Foram desconsiderados trabalhadores por contaprópria, tendo em vista que podem não ser informais.

Segundo Moura, cerca de 60% da redução de seis pontos percentuais na informalidade do mercado de trabalho é explicada pelo processo de escolarização dos brasileiros. O pesquisador entende que profissionais mais escolarizados tendem a aceitar menos os contratos informais de trabalho. E os motivos para isso são básicos, como status na sociedade e maior acesso ao crédito, tendo em vista que é necessária a comprovação de renda para contratar créditos ou comprar em parcelas.

Porém, destacou Moura, a soma entre maior escolaridade e redução de profissionais com baixa experiência no mercado forma 80% das explicações para a diminuição do trabalho sem direitos. "Esses trabalhadores aceitvam mais a informalidade."

Outro fenômeno captado pelo estudo é a mudança na aceitação dos desempregados. Em 2003, o mercado informal era o que mais acolhia quem estava sem emprego. Em 2009 essa história mudou e as empresas que ofereciam carteira assinada eram as que mais absorviam os desempregados.