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Criança morre queimada dentro de casa em favela de São Bernardo

Mãe tomava banho quando menino de 4 anos ateou fogo em colchão e barraco se incendiou

Rafael Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
26/07/2013 | 07:00
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Um menino de 4 anos morreu queimado na noite de quarta-feira enquanto brincava com um isqueiro junto de seus dois irmãos. Ele acabou ateando fogo no colchão onde dormia em um barraco na favela do Montanhão, em São Bernardo. A mãe, uma doméstica de 25, tomava banho no momento do acidente.

Flavio dos Santos Silva estava com o irmão gêmeo e o caçula, de 1, quando acharam o objeto e resolveram fazer uma fogueira. Suzeleide Clementino dos Santos só percebeu as chamas quando já consumiam o dormitório. Desesperada, gritou por socorro. Vizinhos arrebentaram a parede da casa com uma marreta, mas a fumaça impossibilitava a entrada.

“A sorte foi que aconteceu cedo. Senão ninguém conseguiria se salvar”, disse José Antônio dos Santos, presidente da Associação dos Moradores do Montanhão.

Mangueiras de barracos vizinhos foram usadas para controlar as chamas. Os outros dois meninos foram retirados intoxicados pela fumaça. Flavio morreu carbonizado no local. “Em 27 anos que moro aqui, nunca vi nada igual”, disse Santos.

Cerca de 80 pessoas, entre moradores da comunidade e familiares, compareceram ao enterro do menino, no Cemitério da Vila Carminha. O pai, que cumpre pena por roubo na Cadeia de Franco da Rocha há mais de um ano, foi liberado para se despedir do filho. Suzeleide chegou a desmaiar e precisou de amparo.

“Não tenho o que falar”, disse o avô materno, Amauri Silva, 60, morador do Jardim Guarará, em Santo André. Ele chamava o neto pelo apelido de Mano Brown e guardará as tardes em que se divertia com a criança empinando pipa e andando de bicicleta. “Sempre que ele ia em casa me pedia para fazer macarrão. Ele via minhas fotos antigas e queria ser militar”, relembrou.

O caso foi registrado no 1º DP (Centro) da cidade como homicídio culposo, pelo fato de a mãe deixar material inflamável ao alcance de crianças. O inquérito, no entanto, continuará sendo apurado pela Polícia Civil. O Conselho Tutelar também deve entrar na Justiça para tomar a guarda dos outros meninos de Suzeleide.  




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