O Palmeiras joga nesta quinta, às 21h40, contra o The Strongest, no Estádio Hernando Siles, em La Paz (Bolívia), pela Copa Libertadores. Além do adversário, que promete pressionar bastante, o time do Parque Antártica terá de enfrentar os efeitos da altitude e a preocupaçao com provável hostilidade da torcida boliviana. Para nao ter problemas com a altitude, o time paulista aposta em sua atitude para minimizar os problemas que jogar a quilômetros acima do nível do mar provoca.

La Paz está numa altitude de 3,6 mil metros, quase mil a mais do que Quito, no Equador, onde o time de Luiz Felipe Scolari perdeu por 3 a 1 pelo El Nacional. A expectativa é de que os efeitos da ar rarefeito na capital boliviana sejam ainda mais maléficos à saúde dos jogadores, que terao de usar a inteligência para nao cair na provável correria do The Strongest.

Aproveitando-se da fragilidade dos pulmoes dos jogadores brasileiros - desacostumados com a baixa pressao atmosférica -, a comissao técnica do time da Bolívia já armou sua estratégia, que nao chega a pegar de surpresa o time brasileiro. A idéia é forçar o máximo possível desde o primeiro minuto de jogo, até que o cansaço torne o alviverde uma presa fácil para os atacantes Vidal Gonzales e Daniel Delfino.

Por fim, a delegaçao palmeirense terá em sua volta uma torcida revoltada com a atitude de Marcos, que no primeiro confronto, no Parque Antártica, resolveu tomar um cafezinho quando sua equipe vencia por 4 a 0. Marcos garante que nao fez por mal, mas a atitude soou como provocaçao. "Estou preparado para tudo e nao tenho medo de tentativas de represália por parte dos torcedores bolivianos", declarou o goleiro.

Com relaçao à altitude, Scolari parece nao temer, apesar do banho de bola que o Palmeiras levou do El Nacional, em Quito. "É uma questao de usar a inteligência. Saber segurar a bola e nao entrar na correira deles, que vao pressionar muito nos primeiros 20, 30 minutos, para nos cansar", disse o técnico.

Scolari, aliás, nao vê a altitude como o maior inimigo do Palmeiras. Para ele o elenco tem a obrigaçao de se adaptar. "Já jogamos em campos esburacados, encharcados, enfim, com tantos problemas e sempre nos superamos. A altitude é só mais um desses problemas e nao é nenhuma surpresa, pois sabemos dos efeitos com antecedência", declarou.

Os fisiologistas Paulo Zogaib e Ivan Piçarro criaram uma cartilha a respeito dos problemas causados pela elevaçao da altitude, que também leva em conta a temperatura média em La Paz no horário do jogo - por volta de 3ºC - e a umidade relativa do ar, que deverá estar em torno de 93%.