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Calote de Mauá deixa grávidas sem salários
Fabrício Calado Moreira
Do Diário do Grande ABC
30/06/2006 | 08:08
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Três gestantes que trabalharam para a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) fizeram protesto simbólico, na Câmara de Mauá, pela demora de quase três meses no pagamento de direitos trabalhistas. No total, são 13 grávidas sem receber desde abril, quando a Prefeitura rompeu o convênio com a universidade e deixou de quitar uma dívida – reconhecida pelo governo – de R$ 921 mil. Além das indenizações, as gestantes cobram a homologação das demissões, sem a qual não podem sequer requerer o benefício do seguro-desemprego.

Uma das agentes comunitárias, Ivani Maria, já deu à luz e levou à Câmara a filha recém-nascida, Sara. “Está sendo terrível sem o dinheiro, ela (a filha) só não passa fome porque mama no peito”, lamentou. A gestante Leonilia Murbach, grávida de oito meses, afirma que já deixou de realizar exames por falta de dinheiro para a condução. Além da questão financeira, as gestantes também ressaltam o componente psicológico como fator que poderia comprometer a gravidez. “Passamos por uma pressão muito grande”, lembra Ivani.

As 13 grávidas pretendem recorrer à Justiça do Trabalho caso a situação delas não seja resolvida nesta semana. “Nossas contas não esperam”, ressaltou Leonilia. “Vamos esperar essa semana e depois correr atrás”, avisa a agente de saúde Eliane Cristina, no quinto mês de gestação.

Paulo Roberto, marido da gestante Márcia Pereira Leite (que é médica), está desempregado. Ele diz que procurou o secretário municipal de Saúde, Artur Alves Tizo, em mais de uma ocasião para cobrar o pagamento. “Toda semana ele diz que o dinheiro vai sair”, reclama Paulo. “Diz que só falta o prefeito Leonel Damo assinar”, complementa Eliane.

O presidente da Câmara, Diniz Lopes (PL), adversário político do chefe do Executivo, critica a conduta da Prefeitura. “A culpa pelo atraso é de quem trocou (o prestador de serviços) sem negociar. Corte brusco não é coisa que se faça.”



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