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Uma família andreense com certeza
Por James Capelli
Do Diário do Grande ABC
24/06/2004 | 02:11
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No final da rua Catequese, na Vila Guiomar, a bandeira do Santo André esticada na fachada da casa denuncia: ali é reduto de torcedores do Ramalhão. Uma família inteira: casal, três filhos adolescentes e a poodle de estimação, Juliete. Eles assistiram ao jogo desta quarta pela televisão. "O ingresso estava muito caro", reclamou Márcio Costa Noé, 39 anos, o patriarca.

Em 1981, ele foi ao Parque Antártica assistir à partida entre Santo André e XV de Piracicaba, que valeu ao time do Grande ABC o acesso para a primeira divisão no Paulista.

Noé trabalha à noite como operador de empilhadeira. Durante o dia, ele é tatuador. "Até tatuei o escudo do Ramalhão num torcedor da Fúria Andreense." A mulher dele, Silvana Gomes de Barros Noé, é parceira no trabalho diurno. Os filhos, (Gabriela, 16 anos, Fernando, 14, e Mariana, 13) estudam.

No que diz respeito a futebol, só o time da região é unanimidade nessa família: as mulheres são palmeirenses, os homens, são-paulinos (inclusive o namorado da filha mais velha, Ronaldo, 17 anos). Porém, quando o Ramalhão pisa no gramado, a paz reina – todos torcem por ele.

O mais fanático é o filho Fernando de Barros Noé, 14. "Foi ele quem colocou a bandeira na frente de casa", denunciou o pai. "Mas minha mãe não deixa que eu vá ao estádio sozinho", reclama Fernando. Silvana explica: "no ano passado, meu filho mais velho foi assassinado num assalto. Agora eu temo pela segurança do Fernando, principalmente em estádio, onde ocorrem tantas brigas."




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