"Não nego a existência de problemas entre o governo e a presidência da Autoridade Palestina", declarou o primeiro-ministro, que apresentava o balanço de seu mandato, que tem pouco mais de quatro meses. "Esses problemas devem ser solucionados", acrescentou.

O primeiro-ministro palestino também pediu aos Estados Unidos o fim de seu boicote contra Yasser Arafat, a quem chamou de "presidente constitucional e legítimo" dos palestinos e seu "líder histórico". "A posição americana em relação a Arafat, inspirada na opinião do governo israelense, é completamente rejeitada pelo restante da comunidade internacional", disse Abbas.

Em um discurso ao Parlamento palestino reunido em Ramallah, Abbas também acusou o governo israelense de ser o responsável pela atual crise no processo de negociações. "Eles destruíram a trégua", declarou Abbas ao comentar a atuação do governo do primeiro-ministro israelense Ariel Sharon, depois de ter mencionado os "assassinatos" de ativistas palestinos cometidos recentemente por Israel e o "muro racista" que o Estado hebreu está construindo ao longo da linha de fronteira com a Cisjordânia.

Em outro momento de seu discurso, Abbas rejeitou a idéia do uso da força contra a oposição palestina, em particular contra o Hamas e a Jihad Islâmica, os dois principais movimentos islamitas."Não tratamos a oposição com métodos policiais, e sim com o diálogo", disse.

Nomeação - O primeiro-ministro palestino deve anunciar nesta quinta-feira que pretende nomear Saeb Erakat como chefe das negociações oficiais com Israel, informou o próprio Erakat à imprensa. "Abu Mazen anunciará em seu discurso o meu retorno como alto responsável das negociações pelo lado palestino", afirmou Erakat, que pediu demissão do mesmo cargo no mês de maio.