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ONGs exigem apuraçao de crimes durante tragédia venezuelana
Por Do Diário do Grande ABC
25/06/2000 | 16:11
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Várias organizaçoes da sociedade civil exigiram da Procuradoria-Geral e da Chancelaria que se agilizem as investigaçoes sobre as violaçoes aos direitos humanos durante os trabalhos de resgate na tragédia das inundaçoes do Estado de Vargas, em dezembro, a pior da história do país, informou neste domingo o jornal El Universal.

``É uma obrigaçao internacional do Estado venezuelano nao só investigar, mas também concluir estas investigaçoes com o devido castigo aos funcionários responsáveis', disse Marino Alvarado, representante da organizaçao de defesa dos direitos humanos, Provea.

Diversas organizaçoes civis acusaram os militares e a polícia política de ter violado os direitos humanos nas operaçoes de ajuda humanitária em Vargas, área mais atingida das inundaçoes que mataram em dezembro entre 20 e 50 mil pessoas e deixaram mais de 200 mil desabrigados, segundo cifras oficiais.

Alvarado lamentou que ainda nao tenha sido tomada qualquer decisao que permita avançar na identificaçao dos responsáveis pelas execuçoes sumárias, torturas, maus-tratos, violaçoes à propriedade privada e desaparecimento de pessoas, que têm sido denunciados.

Por isso, as entidades solicitaram audiências com o procurador-geral Javier Elechiguerra e com o chanceler José Vicente Rangel, para expor a eles a preocupaçao com a ``impunidade'.

``A impunidade supoe um fracasso do sistema democrático e pode provocar futuras violaçoes dos direitos humanos, que é preciso superar', disse por sua vez Liliana Ortega, diretora-executiva de outra organizaçao civil, a Cofavic.

``Também vemos com preocupaçao o fato de que alguns funcionários encarregados de conduzir as investigaçoes desrespeitem os direitos dos familiares, ao negar-lhes informaçoes sobre o desenvolvimento de seus respectivos processos e dar-lhes um tratamento em desacordo com sua condiçao de vítimas', afirmou.

Nos últimos dias, a tragédia de Vargas voltou ao noticiário. Seis meses depois, os habitantes acusam o governo de ter se esquecido deles. A regiao continua arrasada até hoje.




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