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Dib deixa funcionários com sede
Marco Borba
Do Diário do Grande ABC
18/06/2005 | 07:56
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O corte nos gastos públicos anunciado pela Prefeitura de São Bernardo no início do ano atingiu o fornecimento de água para os cerca de 9 mil servidores municipais. Desde o mês passado, o funcionalismo tem de comprar água para beber ou então recorrer a bicas de água potável pertencentes ao município. É que a administração cortou os 48 contratos feitos individualmente pelos departamentos com empresas fornecedoras de água mineral. A justificativa da Prefeitura - que espera economizar R$ 67 mil por ano com a medida - é que o fornecimento não se justificava porque os funcionários têm como se abastecer nas fontes de água espalhadas pela cidade.

A Prefeitura não informou quantas são bicas e onde estão situadas, mas garantiu que a água é própria para o consumo e que a avaliação da qualidade do produto é feita pela Vigilância Sanitária do município.

De acordo com a Prefeitura, a partir de agora as chefias de cada setor é que determinam de que forma os funcionários vão adquirir os galões para consumo nas repartições. Alguns setores, como a área de Finanças, já estariam recorrendo às bicas da cidade. Os galões de água mineral de 20 litros custam cerca de R$ 3.

A reportagem do Diário esteve no Paço Municipal nesta sexta de manhã e confirmou com dois funcionários - que pediram para não ser citados por temerem represálias - que a administração já não fornece água para consumo. A Câmara Municipal tem orçamento próprio e compra sua própria água.

Na primeira reunião de planejamento com o secretariado no início do ano, o prefeito William Dib (PSB) já havia tratado dos cortes. A Prefeitura estima economizar este ano cerca de R$ 6 milhões com a diminuição das despesas.

Entre as medidas já adotadas, a administração cita o corte nas tintas coloridas de impressão e a troca do sistema interno de telefonia. No caso das bobinas de impressão, somente áreas técnicas, como engenharia e habitação, que trabalham com mapas, estão autorizadas a comprar os cartuchos com tinta em cores. Os demais só podem usar tinta preta.

Em relação aos telefones, a Prefeitura informou ter aderido, há cerca de um mês, a um "plano econômico" da Telefônica para reduzir custos com a conta. Agora, cada setor tem no máximo duas linhas que permitem ligação externa, exceto chamadas DDD. O valor gasto mensalmente com as contas não foi informado.

As medidas vêm causando polêmica. Para a presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais e Autárquicos de São Bernardo, Vânia Aparecida de Souza, alguns cortes são desnecessários. "Se a Prefeitura diz que vai arrecadar este ano 20% a mais com o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) e cerca de R$ 48 milhões com o Refis (programa de recuperação fiscal), não dá para entender. Se isso acontece numa das cidades que mais arrecada no Estado, imagina nas que têm problemas financeiros", disparou.

O sindicato promete fazer manifestação de protesto na terça-feira contra as "más condições" de trabalho do Setor 4 da Secretaria de Serviços Urbanos. Segundo o sindicato, os funcionários estão saindo para as ruas sem materiais básicos, como botas e luvas.




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