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Martinho escreve sobre o ano de 2018

Cantor e compositor carioca lança livro de crônicas com ilustrações de andreense

Por Miriam Gimenes
Do Diário do Grande ABC
10/06/2019 | 07:15
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Divulgação


Se jogasse em um time de futebol, Martinho da Vila seria o coringa do técnico. É do tipo que atua bem em qualquer posição. Só que seu campo de atuação não se restringe às quatro linhas do gramado – estas já não frequenta mais ‘por causa da idade’, embora goste muito. Sua bola são os versos. Com eles, faz tabelas – ou estrofes, se preferir – de craque, coisa fina. É um letrista insaciável.

Mas, desta vez, a faceta que mostra para ‘a torcida’ é a de cronista. Tanto que lança, na quarta-feira, às 19h30, no Sesc Avenida Paulista (Avenida Paulista, 119), o livro 2018 – Crônicas de Um Ano Atípico (Kapulana, R$ 46,90). A obra é ilustrada pela artista andreense Sheyla Ayó.

Martinho diz que escreveu essas crônicas para o jornal O Dia, do Rio. Foi uma por semana (o trecho de uma delas está abaixo). “O livro acabou ficando um retrato do ano, que foi bem diferente no Brasil, inclusive em termos de comportamento, aconteceram muitas coisas inusitadas, como, por exemplo, atentados na caravana do Lula no Sul, ao Bolsonaro. A própria eleição foi fora do comum, fizeram muitas análises, mas ninguém chega a uma conclusão. Ninguém sabe como o Bolsonaro chegou lá, como um País tão grande tem um presidente desse”, analisa.

Como fica nítido, além de política, o escritor – que tem mais de uma dezena de publicações, algumas traduzidas para o francês e lançadas em Portugal – fala com humor e leveza da renovação dos votos de casamento com Cléo, da escola de samba Vila Isabel, do seu querido Rio de Janeiro, relembrando alguns de seus sucessos no samba e na literatura. Também aborda o assassinato de Marielle Franco, a visita ao ex-presidente Lula em Curitiba e a derrota do Brasil na Copa do Mundo.<EM>

Sheyla, de Santo André, está lisonjeada de participar do projeto. Começou a realizar as ilustrações, inclusive da capa do livro, no ano passado. “Foi um trabalho muito gratificante, muito diferente do que faço com artes visuais. Consegui colocar um pouco da minha personalidade e mesclei com a dele. Trabalhar com Martinho foi uma leveza total, é um homem muito tranquilo, certo do que quer”, analisa. Tranquilidade deveria ser o seu sobrenome, realmente.

Tanto que chegou aos 80 anos em 2018 e nem viu o tempo passar. O que mudou com a idade? “Sempre muda alguma coisa. Não tenho a mesma vitalidade que tinha mais jovem, não dá para jogar futebol, não dá para correr duas horas (risos). Mas, no geral, tenho uma atividade bem normal, muitas pessoas bem jovens ficam bobas de ver as coisas que eu faço.” O seu segredo da longevidade, acrescenta, é não se irritar à toa. “Principalmente não irritar os outros, porque assim vai se contaminando, criando coisas que prejudicam a saúde. Tem de cultivar a alegria, não as coisas ruins que acontecem”, aconselha. E as novidades não param nesta publicação. “Tenho muita coisa para fazer, só não sei o que ainda.” Devagarinho ele chega lá.  




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