Política Titulo Diadema
Com plano de Marcos em xeque, Tatiane deixa Educação

Secretária pede demissão em meio a incertezas da candidatura do marido

Por Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
17/07/2018 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


Secretária de Educação em Diadema desde 2016, Tatiane Ramos (PSB) pediu demissão na quinta-feira em meio à possível retirada da pré-candidatura do marido, o presidente da Câmara, Marcos Michels (PSB), a deputado estadual. A exoneração foi publicada sábado no Diário Oficial.

O Diário apurou que duas questões – uma atrelada a outra – contribuíram para que Tatiane deixasse o primeiro escalão do governo do prefeito Lauro Michels (PV). Uma delas é a iminente desistência do socialista em manter projeto próprio à Assembleia Legislativa à revelia do governo do primo. A outra é a já desgastada relação entre a cúpula do Parque do Paço e a secretária justamente por conta do possível projeto eleitoral do marido.

Professora de carreira na Prefeitura de Diadema, Tatiane vinha sobrevivendo à frente da Pasta para ajudar Marcos – que já chefiou a Pasta no primeiro governo Lauro, entre 2013 e 2016 – a amarrar apoios à sua candidatura. E pelo fato de o projeto do socialista não nutrir apoio do governo, a secretária enfrentava retaliações da gestão verde.

A mais recente, apurou o Diário, teria sido um desentendimento com o sogro de Lauro, Chico Rocha (PSDB), secretário de Finanças do Paço e espécie de primeiro-ministro do governo Lauro. A rixa seria a resistência do secretário em liberar verbas para a conclusão de projetos da Pasta, como a construção de creches. É Chico Rocha quem dá última palavra sobre as despesas no Paço.

No comando da Pasta de Educação desde o fim do primeiro mandato de Lauro, em 2016, Tatiane apoiou o verde desde a sua primeira eleição, em 2012. Quando Marcos assumiu a secretaria, ela deixou a sala de aula e passou a assessorar o marido na gestão da Pasta. Com a reeleição de Lauro e de Marcos e a vitória do socialista na disputa pela presidência do Legislativo, Tatiane assumiu em definitivo o comando do setor.

Curiosamente, Marcos e Tatiane foram ao Palácio dos Bandeirantes para conversar com o governador Márcio França (PSB), pré-candidato à reeleição, e, oficialmente, discutiram investimentos para Diadema. Mas o Diário apurou que o encontro – que envolveu até vereadores do partido de Lauro – também envolveu discussões sobre o cenário eleitoral do governo local.

ACORDO
A possível desistência de Marcos está atrelada a acordo entre o socialista e o governo do primo, que terá o vice-prefeito Márcio da Farmácia (Podemos) como postulante a deputado estadual. Sem apoio da máquina gerida pela própria família para bancar projeto próprio neste ano, o parlamentar tem mirado desistir de rivalizar com Márcio e, em troca, ser indicado pelo governo Lauro como candidato à sucessão, em 2020.

O vice-prefeito, porém, já antecipou ao Diário que pretende disputar o Paço de Diadema daqui a dois anos, quando encerra o segundo mandato de Lauro.

Tatiane não quis comentar sobre sua exoneração. 




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