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Forças de defesa etíopes lançam contra-ofensiva na Somália
Da AFP
24/12/2006 | 11:16
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As forças de defesa etíopes lançaram uma contra-ofensiva às milícias islamistas na Somália, declarou neste domingo um porta-voz do governo.

"O contra-ataque ocorre neste momento. Nossa paciência terminou diante das provocações e agressões dos extremistas. A Etiopia decidiu usar seu direito de legítima defesa", acrescentou o ministro citado pelo porta-voz.

As tropas somalis atacaram neste domingo as bases das milícias islamistas situadas em duas cidades e estenderam os combates para o centro da Somália, enquanto as tropas etíopes, que apóiam os destacamentos governamentais, lançavam ataques aéreos contra uma localidade no centro.

Segundo testemunhas e um comandante islamista, estes ataques aéreos ocorreram nos arrededores da localidade de Kalaberka, 20 km ao norte da cidade de Beledweyne, sob controle dos islamistas.

"O inimigo de Alá (Etiópia) começou a bombardear nossos civis com bombas. Utilizam aviões, particularmente MIG. Estão destruindo a Somália", declarou por telefone à AFP o xeque Hasan Derrow, responsável islamista em Beledweyne.

Os dois campos se enfrentavam neste domingo, o quinto dia de conflito na Somália, com armas pesadas nas novas frentes das localidades de Beledweyne, controlada pelos islamistas e situada a cerca de 30 km da fronteira etíope, e Bandiradley, uma região central de Galkayo, localizada a cerca de 630 km ao norte da capital, Mogadíscio.

"São combates mais violentos. Começaram cedo esta manhã, perto de Bandiradley. Os etíopes nos atacaram e utilizaram artilharia pesada e tanques", declarou à AFP por telefone o porta-voz dos islamistas na região, Mohamed Mohamud Jumale. "Estes combates deixarão muitas vítimas", acrescentou.

"Os combates estão sendo duros esta manhã", confirmou por sua vez um responsável governamental da região de Galkayo, Ahmed Nur Indhobur.

Segundo Jumale, estes combates no centro da Somália começaram depois que as tropas etíopes - que os islamistas acusam de apoiar o governo de transição - atacaram posições islamistas.

Os islamistas, que acusam a Etiópia de querer "invadir" a Somália, controlam a maioria do centro e do sul do país, imerso numa guerra civil desde 1991.

As autoridades etíopes rejeitaram as acusações e asseguraram que apenas enviaram "algumas centenas de conselheiros militares" para formar um exército governamental.

Os violentos combates entre islamistas e as tropas governamentais, que começaram no dia 20 de dezembro, estavam até esta data limitados ao sul de Baidoa, 250 km ao noroeste de Mogadíscio, em duas frentes: as cidades de Idal e de Dinsoor (sudoeste de Baidoa), e de Daynunay (sudeste de Baidoa).

O Egito, a Liga Árabe e a União Africana pediram no sábado o fim imediato dos combates na Somália. As autoridades do Cairo destacaram o risco de que este conflito se transforme numa "guerra regional".




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