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Paulo Eugenio não
considera problemas
Por Gustavo Pinchiaro
Do Diário do Grande ABC
01/03/2011 | 07:09
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Diante dos trágicos episódios de deslizamentos decorrentes das chuvas de janeiro ocorridos no morro do Macuco, resultando na morte de cinco pessoas, o vice-prefeito e secretário de Saúde de Mauá, Paulo Eugenio Pereira Junior (PT), declarou que o governo está bem avaliado pela população, durante audiência pública sobre gastos do terceiro quadrimestre de 2010 na área da Saúde. O petista, no entanto, não citou a fonte de seus argumentos.

Amarrado ao fato, o PT de Mauá já avalia, por conta do desgaste da imagem do prefeito Oswaldo Dias (PT), não o lançar à reeleição. Os nomes do deputado estadual Donisete Braga (PT) e do próprio vice - que seria o preferido no partido - são cotados para suceder Oswaldo.

"Meu candidato é o Oswaldo. Não trabalho com essa hipótese (ser candidato)", declarou Paulo Eugenio.

Nos bastidores do PT a informação que circula é a que o vice-prefeito já cava sua candidatura ao Paço. Desde que Oswaldo venceu as eleições em 2008, Paulo Eugenio ocupa o cargo de secretário de Saúde, visto como problema por políticos da cidade. Os dois não fazem parte dos mesmos grupos internos. O que se ventila é que o vice teria mais chances na cidade, pois Donisete Braga foi, proporcionalmente, mais votado na vizinha Ribeirão Pires do que em Mauá. Logo, seria melhor opção na disputa pela sucessão do prefeito de Ribeirão Pires, Clóvis Volpi (PV).

Além da desconfiança da legenda, Oswaldo também enfrenta problemas judiciais por conta de contratação de funcionários comissionados, que podem levar até a perda de seus direitos políticos.

 

POPULAÇÃO AMPARADA

O fornecimento de abrigo provisório a famílias removidas do Macuco e pagamento de auxílio-aluguel de até R$ 300 foram citados pelo vice-prefeito como atitude que não deixou a população "abandonada". Questionado sobre o método de condução da tragédia adotado pelo prefeito, que deixou para visitar o local das fatalidades somente após questionamentos do Diário, foi avaliado da seguinte forma por Paulo Eugenio: "O governo tem feito a sua parte, o que lhe cabia. Não deixamos ninguém abandonado". Ele afirmou que participou das discussões para as tomadas de decisões da Prefeitura.

Outro episódio negativo registrado pela gestão de Oswaldo Dias foi a tentativa do assessor do secretário de governo, José Luiz Cassimiro, Severino Manoel da Silva, de favorecer o professor Daniel Clementino com cargo na Secretaria de Saúde para abafar denúncia de falha em concurso público para professores da rede municipal. "Eu desconheço esse caso da forma que foi publicado. Temos diversos canais de discussões como o conselho municipal de Educação para discussão do assunto", justificou.

 

Vereadores continuam ignorando audiência pública

 

O vice-prefeito de Mauá e secretário de Saúde, Paulo Eugenio Pereira Junior (PT), considerou o baixo quorum de vereadores na audiência pública para prestação de contas do terceiro quadrimestre de 2010 sobre Saúde na Câmara ao rendimento dos trabalhos. "Se estivéssemos em crise, a Casa estaria cheia e teríamos muitos questionamentos. As perguntas foram sobre casos específicos e antes discutíamos os problemas de maneira geral. Isso é um avanço. Evoluímos nessa questão", ressaltou.

Assim como ocorreu na audiência pública sobre o terceiro quadrimestre da Secretaria de Finanças de Mauá, na sexta-feira, apenas três vereadores compareceram ao encontro de ontem. O presidente da Câmara, Rogério Santana (PT), o líder do governo, Rômulo Fernandes (PT), e o oposicionista Manoel Lopes (DEM) foram os únicos a presenciar a prestação de contas na íntegra. O vereador Ozelito José Benedito (PSB), assistiu apenas os 20 minutos finais.

Durante o evento, Paulo Eugenio divulgou que o contrato de cogestão do Hospital Nardini com a FMABC (Fundação de Medicina do ABC), vencido ontem, será renovado. O repasse para manutenção do local aumentará de R$ 4,2 milhões para R$ 4,6 milhões. "Eles queriam R$ 5 milhões, mas ainda não temos essa capacidade."

O secretário esteve na semana passada em Brasília para reivindicar ao Ministério da Saúde aumento no repasse para atendimentos de média e alta complexidade. "Estamos produzindo mais do que recebemos. Existe esse espaço para o debate", afirmou. O petista entregou relatório ao ministério e aguarda resposta.

A Pasta arrecadou R$ 113 milhões, sendo R$ 1 milhão de vínculo com governo do Estado e mais R$ 54 milhões com a União. Em convênios, a Pasta recebeu R$ 91 milhões do governo federal e R$ 6 milhões do Estado. "Esse recurso veio de emendas que conseguimos com a bancada do PT na Assembleia Legislativa."




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