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Semasa contrata FGV para análise da dívida com Sabesp

Estudo externo, que custará R$ 980 mil, avaliará também qual valor da autarquia de Santo André

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
19/08/2017 | 07:00
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Banco de Dados/DGABC


O Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) oficializou a contratação da FGV (Fundação Getulio Vargas), por R$ 980 mil, para avaliação do patrimônio da autarquia e de qual o tamanho da dívida que a cidade possui com a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo).

O serviço vai embasar as discussões da Prefeitura de Santo André com a Sabesp, que cobra passivo bilionário do município pela diferença no valor pago pelo metro cúbico de água fornecido pelo Estado e pela municipalização do sistema na década de 1990.

Em julho, durante entrevista ao Diário, o prefeito Paulo Serra (PSDB) explicou os motivos de se fazer a auditoria. “A Sabesp está fazendo sua parte, porque tem uma primeira discussão que há uma diferença de R$ 1,2 bilhão da dívida total (cobrada de R$ 3,4 bilhões). É uma diferença considerável. Aí começamos já a discutir em cima de um número de consenso. E do outro lado, nosso ativo, de quanto vale a nossa operação. Porque mesmo sendo uma empresa de capital aberto, de economia mista, se for 60% Santo André e 40% Sabesp, temos que entender quanto é esse número, se isso paga ou não a dívida e se tem um retorno para a cidade ou não. Vai depender justamente desses valores. Se a nossa empresa vale R$ 5 bilhões, e a dívida é de R$ 2,5 bilhões, metade dela quita a dívida e ainda voltam R$ 500 milhões”, comparou o tucano.

O prazo para finalização do estudo é o fim do ano. “Esse estudo não é feito às escondidas. Tem que haver aceite, da conta da Sabesp com a do Semana e vice-versa, senão não chega a lugar nenhum. Eu precisava dessa auditoria externa e a FGV tem toda a grife para isso. Caso contrário fica uma discussão que parece que cada um está puxando a brasa para sua sardinha. Para nós, a prioridade número um é água na torneira com qualidade e dois é tirar da cidade esse estoque de precatórios. A cidade não tem como ficar refém disso. Os últimos prefeitos só empurravam com a barriga esse problema, jogaram para frente”, emendou Paulo Serra.

Parte do passivo, de R$ 1,2 bilhão, era contestada junto ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), mas o órgão federal arquivou o inquérito, o que permite à Sabesp executar o passivo e complicar as contas públicas da cidade.

Questionado pelo Diário sobre a contratação, o Semasa não retornou aos contatos. 




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