O governo do Estado anunciou ontem programa de reforço contínuo de conteúdo a 5.300 escolas que tiveram nota baixa no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). Destas, 148 instituições estão no Grande ABC. O programa, que inclui aulas de Língua Portuguesa e Matemática no contraturno, será realizado em parceria com o MEC (Ministério da Educação). O investimento será de R$ 20 milhões.

Conforme a coordenadora da gestão de Educação Básica da Secretaria de Educação do Estado, Valeria de Souza, todo o processo da escolha dos alunos e dos profissionais – que podem ser desde estudantes universitários até professores aposentados – será feito pela direção da escola. O intuito é que as instituições selecionem os alunos o mais rapidamente possível, já que o programa deve ser implantado neste ano letivo. “São atividades pedagógicas integradas com a escola, o que é fundamental.”

A integração com a instituição e o diagnóstico dos estudantes são algumas das principais preocupações dos especialistas da área. Para o doutor em Educação e professor da USP (Universidade de São Paulo) Ocimar Alavarse, o grande desafio da escola brasileira são os alunos com dificuldades nos anos mais avançados. “Isso reforça a necessidade de acompanhar os alunos dentro da sala de aula”, comenta.

“A Matemática tem grande defasagem. Acredito ser necessária avaliação diagnóstica para colocar na mesma sala os alunos com dificuldades parecidas”, opinou a professora coordenadora do curso de Matemática da Universidade Metodista de São Paulo, Débora Bezerra.

Para o coordenador de Letras da Metodista, Silvio Pereira da Silva, “os professores precisam trabalhar com proposta diferenciada, pois se for simplesmente acréscimo da carga horária não mudará muito”.