Política Titulo São Bernardo
CPI do Lixo deve ser instalada hoje

Presidente da Câmara quer antecipar debate
de abertura de investigação do contrato bilionário

Por Humberto Domiciano
Do Diário do Grande ABC
08/02/2017 | 07:00
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Orlando Filho/DGABC


Presidente da Câmara de São Bernardo, Pery Cartola (PSDB) afirmou que quer hoje instalar a CPI do Lixo. O pedido, de autoria do governista Ary de Oliveira (PSDB), será protocolado hoje mesmo junto à mesa diretora e visa apurar o contrato de PPP (Parceria Público-Privada) entre a Prefeitura e o Consórcio SBC Valorização de Resíduos Sólidos Revita e Lara.

Pelo regimento interno da Casa, são necessárias 15 assinaturas para que o pedido de CPI ingresse na pauta de votação em regime de urgência. Ary coletou 19 assinaturas para que a investigação seja instaurada, mas deve colher hoje as rubricas para antecipar o debate no Legislativo. A Constituição diz que um Parlamento pode instalar uma CPI com um terço dos votos de seus representantes eleitos – ou seja, no caso de São Bernardo, dez assinaturas seriam suficientes para abertura dos trabalhos.

“Vou sugerir para o autor (Ary) que se apresente todas as assinaturas para debatermos esse tema como item prioritário. Depois já conversar com os 13 líderes partidários para podemos antecipar as discussões. Meu objetivo é instaurar essa CPI hoje”, destacou o mandatário, que adicionou que, na semana que vem, o presidente e o relator da CPI já serão escolhidos.

Ary contestou principalmente a ausência de contrapartidas oferecidas pelo consórcio no contrato de PPP, como a revitalização do lixão do Alvarenga e a construção da usina de produção de energia mediante incineração dos resíduos. O acordo, assinado em 2011, está estimado em R$ 4,3 bilhões para o prazo de 30 anos.

“Até acredito que a empresa faça bom serviço. Mas é um contrato muito pujante, bilionário. Consome quase R$ 1 bilhão a cada cinco anos (nos cinco primeiros anos, foram R$ 727,8 milhões depositados ao consórcio). Merece ser analisado de perto. Temos de discutir o custo-benefício desta PPP”, adiantou Pery.

O governo Orlando Morando (PSDB) e o Consórcio SBC Valorização de Resíduos Sólidos travam queda de braço. A empresa cobra R$ 68,5 milhões de faturas atrasadas – inclusive da gestão de Luiz Marinho (PT) –, enquanto a administração tucana lembra do repasse de R$ 727,8 milhões para o consórcio entre 2012 e 2016. Funcionários da empresa iniciaram greve na segunda-feira alegando não terem recebido o salário referente ao mês de janeiro. O consórcio informou que não efetuou o pagamento dos contracheques porque não recebeu da Prefeitura.

O Executivo relatou que fiscalizou o acordo e identificou irregularidades. “A Prefeitura notificou o TCE (Tribunal de Contas do Estado), a fim de obter liberação ou impedimento da continuidade do contrato.
 




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