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'Se Beber, Não Case!' de saias
Luís Felipe Soares
Do Diário do Grande ABC
23/09/2011 | 07:09
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Divulgação


Fazer rir não é fácil. As ideias por trás de uma comédia precisam ser muito bem trabalhadas antes de chegarem a um roteiro. Isso parece se complicar quando o filme em questão conta com mulheres dominando o elenco. Em "Missão Madrinha de Casamento", as poucas risadas buscam inspiração em títulos genuinamente masculinos.
 
São características que soam estranhas demais para se colocar entre as madrinhas apresentadas, porém é essa bizarra sensação que surge como ponto fundamental para que todo o tipo de público vá às sessões.

O longa chega nas salas de cinema brasileiras após chamar inesperada atenção nos Estados Unidos. Basicamente, o que se tem falado é que não passa de um "Se Beber, Não Case!" com mulheres. A comparação vem bem a calhar, uma vez que agora toda obra cômica tenha o desafio de sair da sombra do longa mais rentável do gênero em toda a história do cinema.
 
Mas a influência do sucesso é inegável, principalmente pelo grosso da história reunir um estranho grupo de amigas e colocá-las em meio a situações adversas pouco antes de uma cerimônia de casamento.

A boa sacada do diretor Paul Feig (que tem feito carreira em diversos seriados de TV norte-americanos, casos de "Arrested Development" e "The Office") e do produtor Judd Apatow é tentar trazer para as sessões o público feminino que não se viu retratado nas duas partes de "Se Beber, Não Case!" As mulheres irão rir muito mais do que os homens por compreender melhor determinadas cenas, como quando há uma grande discussão no chá de cozinha ou no momento em que é mostrado o vestido a ser usado pela noiva na grande ocasião, e os rapazes ficarão satisfeitos por ver as garotas passando mal após um almoço à brasileira.

Talvez a falta de comédias que focam as espectadoras tenha acabado por criar dificuldades para que o roteiro encontre saídas específicas para se firmar. Grande parte da graça gira em torno de Annie (Kristen Wiig, integrante do programa de comédia "Saturday Night Live" que também assina o roteiro ao lado de Annie Mumolo), que está em péssima fase e precisa mostrar empolgação ao ser chamada pela melhor amiga Lillian (Maya Rudolph, ex-colega de Kristen no "SNL") para ser sua dama de honra. A inadequação da loira perante festas, encontros e viagens reflete o inferno pessoal com o qual tem de lidar paralelamente. Essa dó por suas burradas busca fazer graça - com momentos característicos de ‘vergonha alheia' -, mas não conta com muito sucesso.

Como é de praxe, palavrões, xingamentos e bebidas não faltam. Dessa vez, quem dão as cartas (e os vexames) são as mulheres.




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