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Cinema: 2007 será ano de encerrar trilogias e de reencontros
Por Cássio Gomes Neves
Do Diário do Grande ABC
30/12/2006 | 17:12
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Acabou! Foi-se outro ano, e não um ano qualquer: 2006 viu o cinema norte-americano reaparecer como proveta de discursos artísticos renovados, com pelo menos quatro filmes que levaram a arte audiovisual para além do entretenimento que é contratual em Hollywood: O Plano Perfeito, de Spike Lee; A Dama na Água, de M. Night Shyamalan; Miami Vice, de Michael Mann; e Os Infiltrados, de Martin Scorsese. E 2007? O que vai ser dele nas telas?

Vai ser um ano de fechar trilogias (e, conforme a repercussão, iniciar outras).

Será ano de pedir a conta de uma milionária série com o longa-metragem Piratas do Caribe: No Fim do Mundo (estréia no Brasil em maio), o terceiro e último – até que os estúdios Disney financiem o contrário.

Ano de prosseguir com o investimento no ogro que muito fede e muito rende para a Dreamworks com o lançamento de Shrek, O Terceiro (junho), parte de uma série que já tem programadas outras duas seqüências – uma delas protagonizada somente pelo Gato de Botas.

De reunir pela terceira vez uma tropa intergaláctica, encabeçada por George Clooney e Brad Pitt, para Ocean’s 13 (junho), e dar seqüência às aventuras de Onze Homens e um Segredo.

De fazer a travessia entre os rituais iniciáticos do heroísmo e a maturidade do mito em Homem-Aranha 3 (maio), por enquanto o mais sombrio de todos os filmes protagonizados pelo mais lucrativo herói de quadrinhos em adaptações cinematográficas. E que dá a deixa de que dias piores virão para seu protagonista.

Ano de ver os quadrinhos exportarem mais e mais enredos, como em Motoqueiro Fantasma (março), protagonizado por Nicolas Cage, e Quarteto Fantástico 2 (junho).

Ano de forrar cofres de produtoras, não só com Shreks, piratas e aracnídeos bípedes, mas também com Harry Potter, protagonista da saga que verá lançado no próximo ano seu quinto e antepenúltimo filme, A Ordem da Fênix (julho).

Será, este 2007 que começa na segunda-feira, o ano para reencontrar Clint Eastwood. E não uma, mas duas vezes. O ator e diretor, artista inextirpável do cinema moderno, lança dois filmes já no primeiro semestre, os dois sobre a Segunda Guerra. E ambos com corpo e alma de Oscar: A Conquista da Honra (fevereiro) e Cartas de Iwo Jima (março).

Alguém aí falou em reencontro? Pois bem, àqueles que ainda não se cansaram do marido da Adrian, Rocky Balboa (março) extermina a saudade do pugilista eternizado por Sylvester Stallone e que, não bastasse atuar neste que é o sexto filme da série, é também seu diretor.

Outro reencontro, um bocado mais nobre, é com Sofia Coppola, a filha do Francis Ford e que, depois de ter provado que os tempos mortos do cinema não morreram de fato em Encontros e Desencontros, retorna com Maria Antonieta (março), misto de épico e comédia romântica sobre a rainha francesa.

Por fim, no quesito reencontros, Apocalypto (janeiro) providenciou o de Mel Gibson com a poltrona de diretor depois de A Paixão de Cristo. E o sujeito parece ter gostado desse lance de dirigir diálogos que ninguém com menos de 1,5 mil anos entende. Se no evangelho filmado Gibson aderiu ao latim e ao romano como línguas correntes, agora são dialetos da civilização maia que dominam sua obra, sobre os últimos dias de um império pré-colombiano.

Épico é também uma palavra impregnada em cada fotograma de Os 300 de Esparta (março), filme derivado do romance gráfico de Frank Miller, o mesmo de Sin City, e que se passa em meio a conflitos entre persas e gregos. Além do mais, tem o brasileiro Rodrigo Santoro no elenco, no papel do imperador Xerxes, o vilão.

Se o ano todo é uma incerteza, o último dia de 2007 será uma data histórica, ao menos para fãs juramentados de Quentin Tarantino e Robert Rodriguez. Os dois diretores, amigos de fé, irmãos e camaradas que desafiam as fronteiras entre o bom gosto e os dejetos do pós-modernismo, reúnem-se para um filme a quatro mãos; e de terror; e intitulado Grind House; e com lançamento no Brasil previsto para 31 de dezembro. Do ano que vem.




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