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Cuba vive expectativa do reaparecimento de Fidel Castro
Da AFP
01/12/2006 | 15:51
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Cuba vive com nervosismo as últimas horas antes de uma possível reaparição de Fidel Castro neste sábado num imponente desfile militar. Depois de passar por uma delicada cirurgia e ceder o poder a seu irmão Raúl há quatro meses, Fidel não apareceu mais em público.

Sua presença no desfile, o primeiro em dez anos, é esperada pelos cubanos como sinal de um possível retorno de Fidel ao poder.

Cerca de 300 mil soldados marcharão na Praça da Revolução, coração político da ilha comunista, onde serão exibidos aviões de combate Mig, helicópteros MI-17, tanques, foguetes antiaéreos, carros blindados e outros equipamentos soviéticos modernizados.

O desfile comemora os 50 anos do desembarque do iate Granma no litoral sudeste de Cuba, com Castro no comando de 81 homens que se entocaram na Sierra Maestra e combateram o ditador Fulgêncio Batista até derrubá-lo em 1º de janeiro de 1959.

Será o fechamento de uma semana de homenagens pelos 80 anos que Castro completou em 13 de agosto.

Outras celebrações estão acontecendo nesta sexta-feira no Teatro Karl Marx, com a presença do escritor colombiano Gabriel García Márquez. "O que mais me alegra é poder vir agora ao aniversário de 80 anos de Fidel e vir depois no de 100", disse o Prêmio Nobel de Literatura de 1982, grande amigo de Castro.

Apesar da situação interna da Bolívia, o presidente Evo Morales chegou cedo nesta sexta-feira, trazendo uma torta de coca para Castro. O presidente eleito da Nicarágua, Daniel Ortega, chegará nas próximas horas.

No discurso de encerramento das festividades na quinta-feira, o chanceler cubano Felipe Pérez Roque afirmou que o presidente "se recupera e retornará ao combate para proferir uma” nova derrota" àqueles que desejam sua morte.

 No início da semana era grande a certeza dos cubanos de que Fidel reaparecerá de verde oliva no desfile deste sábado, mas uma mensagem lida na noite de gala que abriu as festividades moderou as opiniões.

Na ocasião, Castro se desculpou por estar ausente, já que os médicos consideraram que ele não estava em condições de se submeter a fortes emoções.

O 2 de dezembro sempre foi para os cubanos uma data chave. Foi o próprio presidente que a propôs para a celebração de seu aniversário quando em 31 de julho revelou que tinha sido operado após uma hemorragia intestinal e cedeu o poder a seu irmão Raúl de forma temporária.

O filho mais velho do convalescente Fidel Castro, que tem o mesmo nome do pai, disse nesta sexta-feira que compartilha a expectativa geral sobre uma possível reaparição pública do líder cubano, assegurando, no entanto, que o presidente acompanha com alegria os atos de comemoração de seus 80 anos.

"Temos todos a mesma expectativa", disse Fidel Castro Díaz-Balart, um físico nuclear de 57 anos, que usa barba como o pai, mas que não é tão alto.

Fidel, único líder conhecido por cerca de 70% dos 11 milhões de cubanos, participou pela última vez de um ato público em 26 de julho, um dia antes da cirurgia. Desde então, só foi visto em fotos e em cinco vídeos, o último em 28 de outubro para desmentir versões de gravidade e até mesmo de morte.




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