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Serviço social é vida nova depois dos 60 anos
Marco Borba
Do Diário do Grande ABC
18/06/2006 | 08:06
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Um grupo de senhoras da Faculdade da Terceira Idade da Universidade Metodista encontrou no serviço social uma forma de manter a produtividade mesmo estando com mais de 60 anos. Família constituída e filhos bem encaminhados, agora elas trabalham para ajudar idosos e comunidades carentes e têm como meta criar uma ONG (organização não-governamental).

O trabalho solidário é uma espécie de estágio obrigatório para quem concluiu o curso de agente social, com duração de três anos. O primeiro ato de caridade das ex-alunas, formadas em 2004, foi a entrega de 80 mantas de lã, no último dia 30, à Casa São Vicente de Paulo (bairro Assunção, em São Bernardo), que cuida de idosos.

As mantas foram feitas à mão e também aí a solidariedade se fez presente. "Quem já sabe crochê e bordado ensinou as demais. Como a vontade de ajudar era muito grande, quem não sabia aprendeu rápido", conta a decoradora e artista plástica Maria Azevedo Pasquarelli, 65 anos.

Conhecida no grupo como Xuxa, Maria Azevedo garante que aprendeu mais sobre a vida ao visitar asilos. "Procurava algo para preencher minha vida e encontrei isso no curso de agente social. A cada ponto dado na confecção das mantas sentia que estava fazendo algo útil. Isso eleva o nosso espírito."

De acordo com a também agente social Maria Luiza da Costa Fernandes Paiva, 66 anos, todo o material usado para fazer as mantas foi comprado pelo próprio grupo. "Sobraram 32 e devemos doá-las ao Lar Dona Adelaide, da Vila Duzi, até o final desse mês."

Aposentada do Tribunal de Justiça, Maria Luiza conta que o ingresso na Faculdade serviu para ajudá-la a superar a dor da perda do marido, falecido em 2000. "Foi excelente. Precisava de algo que me tirasse de dentro de casa, me ajudasse a parar de chorar. A partir do curso é que surgiu o meu interesse de realizar o trabalho social."

Enquanto não definem as entidades que serão beneficiadas no segundo semestre, as agentes já se mobilizam para angariar fundos. No início do mês, realizaram um bazar e um "chá junino" na faculdade. "As roupas e bijuterias para o bazar foram doadas. No chá junino, nós mesmas preparamos os sanduíches, bolos e salgados."

O grupo, do qual também faz parte a aposentada Laís Pires Camargo, 54 anos, tem 26 voluntárias. A exemplo das colegas, ela conta que foi no curso que encontrou a vontade de fazer algo em prol dos necessitados. "Casei cedo, tive filhos e, na ocasião, não pude realizar meu desejo de cursar uma universidade. Pesquisei antes de ingressar na Faculdade da Terceira Idade, porque não queria fazer algo apenas como passatempo. Estou certa de que fiz a coisa certa. Com o trabalho social vejo, um novo mundo à minha frente."

Embora tenha se formado em 2004, o grupo promete continuar freqüentando as aulas. Para ingressar na Faculdade da Terceira Idade não é preciso prestar exame, basta ter mais de 50 anos. A mensalidade custa R$ 50.




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