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'A Polícia manda no tráfico em Curitiba', diz testemunha
Por Do Diário do Grande ABC
01/03/2000 | 12:18
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O ex-traficante Marcelo Mateus dos Santos (nome fictício), primeira testemunha ouvida terça-feira pela CPI do Narcotráfico, disse que ``em Curitiba, quem manda no tráfico é a Polícia'.

Ele citou o nome de diversos policiais civis que estariam envolvidos direta ou indiretamente com a venda de drogas: Samir, Mauro Canuto, Edmir, Paulo ``Paulada', Reginaldo, Germano, Silas e Homero. Canuto e Reginaldo seriam rivais na distribuiçao de droga, conforme o traficante. Ele também citou os delegados Noel e Kioshi Hatanda e do superintendente Paulo César, como envolvidos no tráfico. Além deles, o policial Hissan foi apontado pela testemunha como o distribuidor da droga em Araucária, Regiao Metropolitana de Curitiba.

Segundo o traficante, os principais pontos de tráfico na capital estao no centro da cidade. Marcelo afirmou também que na periferia existe alto índice de tráfico, e que o esquema também é dominado pela Polícia. Para a comercializaçao da droga, a maior parte cocaína apreendida, o traficante disse que os policiais usavam carros da Polícia e pessoais, sempre carros luxuosos, como Vectra, Mitsubishi e caminhonetes, que nao poderiam ter sido comprados com o salário de policial, que gira em torno de R$ 800.

Em seu depoimento, o traficante indicou ainda o empresário Roberto César Morenico como responsável pelo esquema de tráfico na Ponte da Amizade, na fronteira do Brasil com o Paraguai. De acordo com os deputados da CPI, muitos nomes citados por Marcelo coincidem com as denúncias anônimas recebidas pela Câmara pelo telefone 0800-619-619.

``Nunca tivemos tanta denúncia de policiais por onde a CPI já passou como aqui', declarou o presidente da Comissao, deputado Magno Malta.

A segunda testemunha a depor terça-feira, a traficante boliviana Edna Tavares Stropo, contou que havia trazido oito quilos de cocaína e relatou que o policial Mauro Canuto tomou sua droga quando ela estava num hotel. Ele prometera o pagamento pela droga, que acabou nao acontecendo. Edna reconheceu o policial por meio de fotografias na Polícia.




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