Economia Titulo
Motoristas e cobradores
param no Grande ABC
Por Tauana Marin
do Diário do Grande ABC
01/06/2011 | 06:00
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Um milhão de usuários do transporte rodoviário do Grande ABC serão prejudicados com a greve, que começou à 0h de hoje. A paralisação contempla trabalhadores dos ônibus municipais, intermunicipais e do corredor ABD (tróleibus). Parte dos funcionários da CPTM também aderiu à greve, porém, o trecho da região não será atingido pela paralisação (leia mais abaixo). A categoria do transporte urbano da região, composta por 7.000 profissionais (entre motoristas, técnicos de manutenção e cobradores), reprovou a proposta de aumento salarial de 8% feita pelas empresas. Durante a assembleia de ontem, cerca de 2.000 trabalhadores rejeitaram o percentual e reivindicaram reajuste de 15%. A data-base da categoria foi em 1º de maio.

As demais reivindicações feitas pela classe trabalhista foram atendidas pelos empresários. No que diz respeito à Participação nos Lucros e Resultados, o sindicato patronal ofereceu aos motoristas e cobradores o valor de R$ 450. Para aqueles profissionais que exercem as duas funções, além do valor fixado (R$ 450), haverá bonificação adicional de R$ 1.500.

O direito ao tíquete-refeição durante as férias também foi aceito pelos empresários, passando de R$ 300 para R$ 330. "Esse é um benefício nunca conquistado antes, por isso, defendemos a proposta patronal. Além, é claro, de todo o resto", afirmou o presidente do Sindicato dos Rodoviários e Anexos do ABC, Francisco Mendes da Silva, o Chicão.

Para ele, os profissionais não conseguirão ganho igual, se o pedido for decidido pelo tribunal. "É preciso levar em conta tudo aquilo que conseguimos conquistar. Acredito que os trabalhadores estão colocando tudo a perder, mas a democracia é assim. A categoria é quem decide", disse.

Caso o reajuste de 8% fosse aprovado, o salário de motorista, hoje em R$ 1.890, iria para R$ 2.051, e dos cobradores, atuais R$ 1.096, para R$ 1.184.

Outra reivindicação conquistada na mesa de negociação é referente ao convênio médico. "Os empresários concordaram em pagar o benefício aos trabalhadores que tiverem afastado, por tempo indeterminado", explicou Chicão.

Hoje, às 17h, nova assembleia, em frente à sede do sindicato, vai decidir os próximos passos da paralisação. O sindicato disse que a base espera reunião de conciliação.

AVISO DE GREVE - A legislação determina que o início de greve deve ser comunicado às empresas com 72 horas de antecipação. Mesmo com a explicação dos advogados sobre a determinação legal, os trabalhadores optaram iniciar a ação grevista hoje, sem respeitar o prazo.

Advogados ouvidos pela equipe do Diário disseram ainda que, por se tratar de serviço essencial, o movimento grevista tinha que colocar pelo menos 30% da frota na rua, sob pena de multa.

Empresas de transporte procuradas pela equipe do Diário, não atenderam, pois estavam em reunião. Algumas informaram que tentariam colocar a frota na rua nesta manhã. A Metra (Sistema Metropolitano de Transportes), por exemplo, pediu reforço policial para garantir o serviço.

Colaborou Fabio Munhoz

 

Funcionário da Sabesp paralisa atividade, mas garante abastecimento

Após cinco rodadas de negociação, funcionários da Sabesp decidiram parar as atividades a partir de hoje. No entanto, o abastecimento de água à população e eventuais emergências não serão afetados.

A base, formada por 12 mil trabalhadores, acredita que as propostas feitas pela empresa são inferiores aquilo que está sendo reivindicado. A classe patronal oferece reajuste de 6,39% sobre os salários e benefícios; garantia no emprego de 98% do efetivo; aumento real de 1,3%; reajuste de 15% na gratificação de férias (que passa dos atuais R$ 1.002,65 para R$ 1.153) e licença-maternidade de 180 dias.

O sindicato trabalhista pleiteia reajuste salarial de 7,33%, a volta do adicional por tempo de serviço e 100% de garantia no emprego, entre outras reivindicações.

"Acreditamos que há como melhorar a proposta. Vamos realizar assembleia hoje, às 18h, na nossa sede, a fim de avaliarmos o movimento grevista", conta o diretor do Sintaema (Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto, e Meio Ambiente do Estado de São Paulo), Antonio da Silva, o Ceará.

Ele explica que a população ficará sem atendimento por meio de telefone e nas agências da Sabesp. "Não faremos novas ligações, pequenos reparos, atendimento para queixas e reclamações", enumera o executivo.

 

Greve da CPTM não atinge linhas do Grande ABC

A paralisação dos ferroviários não atinge todas as linhas da CPTM. As linhas 7 e 10 (de Rio Grande da Serra a Jundiaí), que passam pela região, não serão afetadas. Nesses trechos, os funcionários estarão apenas em ‘estado de greve'. Isso porque a CPTM sinalizou com a continuidade das negociações.

"Queremos esgotar todas as possibilidades antes de pararmos de vez, afinal a população é quem paga por isso", diz o presidente do Sindicato dos Ferroviários de São Paulo, Luiz Alves de Matos.

Ontem, os trabalhadores rejeitaram a proposta da CPTM. Na audiência realizada no Tribunal Regional do Trabalho, a companhia ofereceu reajuste de 3,07% (relativo ao meses de janeiro e fevereiro deste ano), em função da mudança da data-base de setembro para março) e vale-refeição de R$ 17. A categoria pede 8,71% de reposição da inflação, 5% de aumento real; vale-refeição a R$ 19; implantação de um novo plano de carreira; e risco de vida para o pessoal de estação.

SÃO PAULO - Os funcionários das linhas 8, 9, 11 e 12, representados pelo Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Sorocabana, optaram pela greve. A paralisação das linhas 8 e 9 atinge os municípios de São Paulo, Osasco, Carapicuíba, Jandira, Barueri, Itapevi e Amador Bueno. A greve nas linhas 11 e 12 afeta os moradores da Zona Leste da Capital e os municípios de Itaquaquecetuba, Ferraz de Vasconcelos, Poá e Mogi das Cruzes.




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