Política Titulo Abastecimento
Vazão da Billings para energia será reduzida

Secretário estadual de Recursos Hídricos, Benedito Braga, afirma que prioridade é abastecimento

Por Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
10/03/2015 | 07:00
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Ricardo Trida/DGABC


O secretário estadual de Recursos Hídricos, Benedito Braga, confirmou ontem que a captação de água da Represa Billings para a produção de energia na Usina Henry Borden, em Cubatão, hoje com vazão de 6 metros cúbicos por segundo, será reduzida para 5 metros cúbicos por segundo.

“Trabalhamos para que a prioridade seja para o abastecimento humano, porque a situação ficou fora de controle”, afirmou o secretário, durante entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, que teve o diretor de Redação do Diário, Sérgio Vieira, como um dos entrevistadores.
No dia 22 de janeiro, o Diário revelou que o governo federal utilizava volume maior da Billings para produzir energia em Henry Borden – União usou, no dia 19 de janeiro, quando ocorrera apagão em 11 Estados, 144 metros cúbicos por segundo, 24 vezes a mais do que o combinado, de 6 metros cúbicos por segundo.

O objetivo do governo do Estado, de acordo com Braga, é disponilizar recurso para parte da população que depende dos sistemas Cantareira e Alto Tietê, os mais afetados pela seca de 2014. “Fizemos reunião no governo e combinamos de não manter mais os 6 metros cúbicos por segundo até que a situação esteja estabilizada. É claro que, dependendo do momento, caberá avaliação.
Estamos trabalhando dessa forma, sem ficar fazendo promessas e efetuando ações de maneira acertiva. Contudo, o abastecimento humano é prioritário”, assegurou. O nível do Cantareira está em 12,9% de sua capacidade, percentual que contabiliza a segunda cota do volume morto.

Em outra questão envolvendo a Represa Billings, Braga assegurou que o Grande ABC dificilmente deve ser afetado por conta do uso do reservatório para socorrer outros locais. “Posso dizer que não deve ocorrer esse problema, pois estamos embasados em estudos para medir cada impacto em situações de retiradas e abastecimentos.”

Sabatinado, o secretário ainda defendeu a utilização das reservas técnicas do Sistema Cantareira durante o ano passado. A resposta ocorreu depois de pergunta que abordou possibilidade de contaminação da água antes localizada no volume morto. “Foi uma decisão de gênio por parte do governo. Essa água é de boa qualidade e abastece a região de Campinas há aproximadamente 40 anos e nunca tivemos problemas de contaminação. Foi importante e sábio usar reserva para evitar caos.”

O secretário também explicou que os atuais níveis dos sistemas permitem vislumbrar o descarte completo do rodízio por regiões da Capital. No entanto, é contido ao cravar o engavetamento do plano. “Hoje há perspectiva. As chuvas que ocorreram em fevereiro e até agora abrem possibilidade, mas vamos seguir trabalhando”, enfatizou. 




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