Um sistema de semeadura direta, que permitirá um manejo sustentável da fava d'anta (Dimorphandra mollis Benth). Este método está sendo desenvolvido por pesquisadores da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), visando à preservação da planta, que tem grande potencial econômico e tem sido extraída de maneira predatória de sua vegetação nativa na região de Montes Claros (MG).
Utilizada como medicamento para o fortalecimento de vasos capilares, a rutina - princípio-ativo da fava d'anta - reduz sintomas de hemofilia e previne inchaço nas pernas, entre outras indicações. No entanto, como a rutina está localizada na vagem que é o fruto da planta, onde também se encontram as sementes, a extração da vagem leva junto as sementes e com isso dificulta a reprodução da fava d'anta.
O engenheiro agrônomo Manoel Ferreira de Souza, em sua dissertação de mestrado na UFMG, sugeriu novos métodos de semeadura com adubação, à base de esterco e fosfato. O objetivo é que, com um adubo mais eficaz, a fava d'anta possa se desenvolver e crescer de maneira mais rápida, permitindo uma reprodução maior das plantas, diminuindo o seu risco de extinção e preservando o cerrado, bioma típico da região.
Além do desenvolvimento dos adubos, o trabalho de Souza incluiu um projeto de conscientização com os moradores da área, para a realização de práticas de manejo sustentável.
"A planta ainda não corre risco de extinção. Mas, se não tomarmos alguma providência, esse risco será iminente", explicou o agrônomo.
A ideia é que os moradores consigam aliar os lucros econômicos à preservação da flora local.
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