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Candidatos partem ao ataque em debate

Em último embate, concorrentes ao Estado focam temas incômodos e veem Alckmin contra-atacar

Por Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
01/10/2014 | 07:01
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Ricardo Trida/DGABC


No último debate na televisão antes do primeiro turno, marcado para domingo, candidatos ao governo de São Paulo intensificaram discursos ácidos e partiram para o ataque contra o governador Geraldo Alckmin (PSDB), que busca a reeleição. Na Rede Globo, postulantes citaram temas incômodos à gestão tucana e viram Alckmin responder todas as críticas, até mesmo utilizando tempo destinado a outros temas para retrucar os questionamentos.

Assuntos como corrupção, crise no abastecimento de água, construção de linhas de Metrô, índices de Segurança Pública, Educação, problemas na Saúde e acionistas da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) permearam os quatro blocos do debate, e não faltaram contragolpes de Alckmin aos adversários. O tucano contrariou números colocados à mesa pelo petista Alexandre Padilha e por Paulo Skaf (PMDB), relembrou que o peemedebista cobrou taxa no Sesi quando presidiu a entidade e ligou o PT a casos de ilegalidade. “O povo sabe quem convive com a corrupção”, disparou, em clara referência ao petismo.

Diferentemente de embates anteriores, em outras emissoras, Padilha e Skaf não se alfinetaram. Optaram por se unir em críticas a Alckmin, líder nas pesquisas de intenções de voto e próximo de vencer a corrida estadual no primeiro turno. Até ontem, o peemedebista atacava Padilha como forma de se distanciar do PT, partido ao qual seu projeto político está coligado em nível federal – o PMDB indicou o vice na chapa da presidente Dilma Rousseff (PT).

A crise no abastecimento de água foi tema de quatro perguntas no debate. Todas na esteira da falta de planejamento para prever a ausência de chuvas. Gilberto Maringoni (Psol) também citou o fato de a Sabesp ter acionistas na Bolsa de Nova York como uma das causas do problema. Alckmin lembrou que apenas parte minoritária da estatal foi negociada no mercado privado, detalhou obras para minimizar o impacto “da maior seca dos últimos 84 anos” e comentou sobre intervenções da Sabesp para universalização do saneamento em municípios atendidos pela empresa.

Sobre a Saúde, Skaf e Padilha, em novo discurso alinhado, acusaram o governo do Estado de fechar número de leitos disponíveis – segundo o peemedebista, caiu de 77 mil para 59 mil a quantidade de postos abertos na rede pública. Alckmin rebateu. “Na última gestão, criamos 2.300 leitos e construímos 11 hospitais, enquanto o governo federal, que é mais rico, só possui uma unidade hospitalar no Estado”, argumentou, também questionando a passagem de Padilha pelo Ministério da Saúde. “Houve redução de investimentos.”

Sobre Mobilidade Urbana, candidatos criticaram ritmo de obras de construção de Metrô. Skaf, por exemplo, discorreu sobre a Linha 15-Prata, dizendo que somente 2,9 quilômetros foram entregues. Alckmin relembrou projetos em andamentos, que contabilizam 106 quilômetros de linhas de Metrô, incluindo a Linha 18-Bronze, a primeira fora da Capital e que atenderá ao Grande ABC.

Maringoni e Benko descolam de nanicos

Integrantes do grupo de nanicos que concorrem ao governo do Estado, os postulantes Laércio Benko (PHS) e Gilberto Maringoni (Psol) destoaram dos demais candidatos – Gilberto Natalini (PV) e Walter Ciglioni (PRTB) – e aumentaram tom de críticas aos protagonistas Geraldo Alckmin (PSDB), Paulo Skaf (PMDB) e Alexandre Padilha (PT).

Maringoni buscou enquadrar Alckmin com questão sobre financiamento de campanha, alegando que uma das empreiteiras parceiras é ré da Justiça. O governador negou qualquer irregularidade e defendeu reforma política para modificar sistema de arrecadação. Maringoni também lembrou que Skaf aproveita uso de helicóptero, contrariando fala de Mobilidade Urbana.

Benko foi para o embate contra Skaf, questionando sobre ser favorável à reeleição de mandato. O peemedebista defendeu a renovação do mandato. O humanista atacou: “Não estamos na política como profissão. Deveria ser encarado assim”.

Vereador paulistano, Benko também partiu para o ataque contra Padilha. O parlamentar reclamou da postura do PT no tratamento com Marina Silva, presidenciável do PSB. “O que o senhor acha da mentiras que o seu partido tem feito contra a Marina Silva?”. “Não preciso mentir, ela mesmo muda de discurso, conforme a pressão”, respondeu Padilha. Benko retrucou, afirmando que muitos petistas mudaram de lado, “passando para atrás das grades”, em alusão a líderes do petismo presos pelo escândalo do Mensalão. “O senhor me respeite. Fui gestor público e nunca tive qualquer irregularidade no meu trabalho”, rebateu Padilha.
 




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