O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou dirigentes das seis centrais sindicais para reunião, na próxima segunda-feira (19), com o objetivo de debater os efeitos da crise financeira e discutir medidas de combate à recente onda de demissões na indústria.

"Quero saber o que eles (sindicalistas) estão pensando para analisar como o governo, empresários e sindicatos devem agir para evitar que uma crise financeira nos Estados Unidos venha a trazer prejuízos para o Brasil", disse Lula.

O presidente reafirmou que anunciará novas medidas até o fim do mês para estimular o consumo e evitar o desemprego. "Vamos trabalhar atentamente para que o País saia perfeitamente bem dessa crise", declarou.

ENCONTRO
As centrais sindicais definiram ontem, durante encontro em São Paulo, que vão reagir às demissões com uma onda de paralisações nas empresas de todo o País. Participaram da reunião - organizada pela CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)- , Força Sindical, Nova Central, UGT (União Geral dos Trabalhadores) e CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil). A CUT (Central Única dos Trabalhadores) ficou de fora da discussão porque terá, na segunda-feira, encontro com as suas centrais estaduais e maiores sindicatos.
"Não vamos assistir mais demissões. O próprio governo já percebeu que a marolinha vai ser uma onda grande de dispensas. Será preciso uma injeção de dinheiro para evitar esses cortes", avaliou Wagner Gomes, presidente da CTB.

Uma das surpresas do encontro foi o anúncio do presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, de que só voltará a negociar com a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) daqui a dez dias. Ele era voz isolada entre as centrais ao concordar com o presidente da federação, Paulo Skaf, sobre a possibilidade de reduzir salários e a jornada de trabalho. Por ora, Paulinho preferiu se unir às outras centrais, que assinaram uma proposta para começar uma negociação governamental nas esferas federal, estadual e municipal.