Um século do nascimento daquele que dedicou a sua vida para falar sobre o que a Bahia tem. Um dos mais aclamados compositores de todos os tempos no Brasil. As homenagens ao centenário de Dorival Caymmi não param. Agora é a vez de seu filho, Dori, fazer um tributo a obra do pai. Aos 71 anos, o músico se junta a Mario Adnet no disco Caymmi Centenário (Biscoito Fino, R$ 30 em média), que já está nas lojas. O novo projeto teve todos os arranjos elaborados pelos dois.

A intenção dos músicos foi fazer uma releitura de clássicos compostos por Caymmi. As melodias foram todas envoltas de projeto sinfônico, mas com uma base popular. “Quisemos fazer as músicas mais famosas dele sob a ótica orquestral. Caymmi sempre foi suingue, mas buscamos trazer isso para a nossa praia”, diz Adnet.

Entre as canções que compõem o álbum, estão O Bem do Mar, Sargaço Mar e A Lenda do Abaeté. As duas últimas são destacadas pelo arranjador. Para ele, as canções são verdadeiros espetáculos. “Você vê imagens por meio da letra, sentindo tudo que ele fala. É uma coisa incrível. O Caymmi trazia muito amor na sua arte e era essa a sua grande mágica. Ele buscava arte e não sucessos. Fazia tudo com o coração”, comenta.

Para entoar as canções do CD, os dois cantores ganharam a participação de grandes nomes da MPB. São eles Nana e Danilo Caymmi (também filhos do compositor centenário), Caetano Veloso, Gilberto Gil e Chico Buarque, que participa das faixas O Que É Que A Baiana Tem?, Dora e Marina. “A produção e gravação do disco acabaram sendo muito rápidas, já que trabalhamos com músicos tão maravilhosos. O processo foi como se fizéssemos uma fotografia do momento, sem sofrer com exageros. Na segunda passagem de cada música, já ficava pronto. E isso é muito bom, até porque muita repetição faz com que se perca o frescor das coisas”.