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Idosos passam a gastar mais com produtos que desejam ter
Por Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
03/09/2014 | 07:00
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Divulgação


O consumidor da terceira idade está mais disposto a gastar com coisas de que gosta, como roupas, itens eletrônicos, viagens e produtos de beleza do que com produtos que atendem necessidades básicas da casa. É o que aponta nova pesquisa realizada pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e pelo portal de educação financeira Meu Bolso Feliz, com pessoas acima de 60 anos nas 27 capitais do País.
 
De acordo com o levantamento, 41% dos entrevistados afirmam que despedem hoje mais do que há alguns anos com produtos que desejam ter. Além disso, 17% deles admitem se endividar mais com gastos supérfluos e, para 23%, comprar tornou-se uma das atividades de lazer favoritas.
 
No entanto, o estudo aponta que o mercado brasileiro ainda não está plenamente preparado para atender às demandas desse público. Dos pesquisados, 45% afirmam que há poucos produtos voltados para sua faixa etária. Essa impressão é mais notada entre as mulheres (47%), pessoas de 71 a 75 anos (51%) e os de classes D/E (51%) e aqueles de menor escolaridade (53%).
 
Entre os produtos que os consumidores mais sentem falta estão os artigos de vestuário (20%), seguidos de aparelhos celulares com letras/teclas maiores (12%), locais para sair, de dia e à noite, e que sejam frequentados pelo público da terceira idade (9%), turismo exclusivo (7%), produtos de beleza (3%) e maquiagem (2%). Uma das explicações para a carência de itens está no setor de moda. Parece haver uma demanda significativa de roupas que não os deixem ‘estereotipados’ como idosos ou que os façam se sentir inadequados. Segundo os entrevistados, os artigos vendidos no comércio, em geral, são “para jovens ou para muito velhinhos”. E esse público também está mais preocupado em desfrutar a vida. Quase 20% das pessoas ouvidas dizem que aumentaram seus gastos com viagens com relação a alguns anos antes.
 
A economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, assinala que outro nicho com forte potencial de crescimento para esse público é o do e-commerce. Apenas 7% dos idosos afirmam fazer compras pela internet. O percentual melhora um pouco de acordo com o aumento da renda e da escolaridade. Entre os entrevistados da classe A/B, sobe para 17%, chegando a 26% entre aqueles com formação superior.
 
Para se ter uma ideia desse mercado, em 2009, 1 milhão de pessoas com mais de 55 anos acessava a internet para ler notícias, fazer compras e conversar com outras pessoas, e, em 2013, esse número saltou para 3 milhões, segundo o Ibope. Porém, esse é um público exigente. A pesquisa indica que, atualmente, 52% dos entrevistados alegam dar mais valor à qualidade dos produtos, ainda que seja preciso pagar mais caro por isso.
 
SUSTENTO
 

O levantamento aponta ainda que o dinheiro da terceira idade exerce papel fundamental na vida de muitas famílias. Sete em cada dez (73%) dos idosos pesquisados têm seus rendimentos oriundos da aposentadoria ou pensão do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e 54% deles afirmam ser os únicos responsáveis pelo sustento da casa.

A situação poderia ser melhor. Quando questionados sobre o que seria preciso para desfrutar de uma vida confortável, 48% admitem que teriam de trabalhar. Essa tendência é maior entre os mais novos, com até 65 anos (63%) e de classes menos favorecidas (63% na classe D/E). Apesar disso, muitos não reclamam: 72% dizem que a situação financeira é estável ou boa, atualmente.   




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