O PCdoB volta a dar dor de cabeça ao prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT). Após endurecer o jogo na eleição para a presidência da Câmara, a sigla almeja ter o controle da Pasta de Esportes e Lazer, comandada atualmente por Carlos Tadeu Costa, que substituiu o petista José Luiz Ferrarezi, eleito vereador em outubro.

O debate fica por conta do titular da Pasta. O diretório municipal do PCdoB quer indicar alguém de São Bernardo, mas o prefeito tem preferência por um representante da executiva estadual da legenda.

O PCdoB elegeu dois vereadores em outubro: José Walter Tavares e Martins Martins. Na eleição para a presidência da Câmara, a bancada comunista cogitou apostar em Tavares. Sem conseguir se articular com outros partidos, aderiu à candidatura de Tião Mateus (PT), eleito com folga presidente da Casa. Tavares foi indicado para ser o vice-presidente, porém abriu mão para presidir a Comissão de Finanças e Orçamento do Legislativo.

A exemplo do pleito para o comando da Câmara, Marinho cuida pessoalmente da composição da equipe de governo para o segundo mandato.

O prefeito trabalha para não desagradar o PCdoB, principalmente para evitar a criação de um grupo independente na Câmara. Dos 28 parlamentares, 20 estão na base governista.

No seu primeiro mandato, o petista teve relacionamento turbulento com o Legislativo, embora ele refute a teoria. Em 2009, início de sua gestão, demorou dez meses para ver aprovada sua reforma administrativa. À ocasião ele não contava com maioria na Câmara.

Em 2010, desta vez com governistas dominando a Casa, Marinho foi surpreendido pelo surgimento de um bloco independente. Essa ala paralela articulou e emplacou a eleição de Hiroyuki Minami (PSDB) para a presidência da Câmara no biênio 2011-2012.

Se o diálogo com o PCdoB não avançar, Marinho tem plano B encaminhado. Ele reconduziria Ferrarezi à Pasta de Esportes e, desse modo,garantiria mandato de vereador para Matias Fiúza, primeiro suplente do PT.

EXPECTATIVA

O anúncio dos demais secretários de Marinho será feito amanhã. Outros partidos aliados do petista, como PMDB e PSB, esperam ter participação no primeiro escalão do segundo mandato do petista.

O chefe do Executivo já anunciou parte do secretariado, mantendo praticamente toda a equipe da primeira gestão.

Por enquanto, a única mudança ocorreu na Secretaria de Governo, com o retorno de José Albino (PT) à Pasta, substituindo Maurício Soares (PT), futuro presidente da Fundação Criança.

A expectativa fica por conta da possível extinção da Pasta de Coordenação Governamental, que era comandada por Tarcísio Secoli (PT), próximo secretário de Serviços Urbanos.