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Aumenta nº de pessoas que pedem demissão
Por Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
10/09/2012 | 07:02
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André Henriques/DGABC


Pedir as contas. É isso que os brasileiros têm feito para conseguir melhores oportunidades de emprego. A decisão já se reflete nas estatísticas: nos últimos três anos o índice de demissões cresceu 72% - recorde no período - representando 487,1 mil pessoas. Desse total, mais de um terço foram espontâneos. Os dados são do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) do Ministério do Emprego e Trabalho.

Segundo o consultor em gestão de pessoas Eduardo Ferraz, o mercado de trabalho aquecido e a busca por mão de obra qualificada, aliados à necessidade de reter talentos, praticamente obrigam empresas a darem bons aumentos salariais para manter sua equipe e fazerem excelentes propostas para retirar profissionais dos concorrentes, o que impulsiona essa movimentação.

Sabendo disso, os trabalhadores com bom currículo escolhem as melhores oportunidades e trocam mais facilmente de emprego. "Quanto mais qualificada for a pessoa, maior será seu poder de barganha, não só com relação à remuneração mas ao pacote completo que inclui vários outros benefícios como treinamentos de classe mundial, cargos de chefia e horários flexíveis".

A rotatividade está maior tanto em cargos executivos quanto em funções que exigem menor qualificação.

"Falta mão de obra em todos os níveis. Diria que nunca no Brasil houve tantas oportunidades para quem é bem qualificado", destaca Eduardo.

Companhias que contratam profissionais mas não os treinam e motivam adequadamente, certamente perderão talentos. "Qualquer empresa brasileira que contratar uma pessoa competente e ambiciosa e não proporcionar oportunidades claras de desenvolvimento vai perdê-la rapidinho", alerta.

Para as firmas que desejam reter talentos é preciso adotar quatro medidas: valorizar os benefícios econômicos do funcionário (seja salário melhor, comissão, bônus, entre outros); oferecer segurança (estabilidade do emprego, regras claras e bom ambiente de trabalho); garantir aprendizado (por meio de treinamentos formais e informais) e dar status (aprovação social ao indivíduo, reconhecê-lo).

PREJUDICIAL - O consultor destaca, no entanto, que a mudança constante de emprego pode ser prejudicial para a carreira, pois além da perda de tempo e energia, desvaloriza o currículo por deixar a impressão de instabilidade. "Ter foco, conhecer bem suas habilidades e interesses e, principalmente, analisar os ganhos não só de curto, mas de médio e longo prazos, vão ajudar a ponderar as diferentes propostas e saber se está na hora ou não de trocar de emprego."

Além disso, quando a rotatividade é excessiva, o profissional pode ficar depreciado. Por isso, o autoconhecimento é importantíssimo antes de aceitar uma vaga em outra companhia.




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