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Lula sinaliza tática para defender o ‘velho’ na eleição presidencial

Ao lado de Dilma, ex-presidente recebeu título honoris causa da UFABC em São Bernardo

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
05/12/2013 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu sinais de como o PT vai defender a reeleição de Dilma Rousseff à Presidência da República no ano que vem, numa possibilidade de estender para até 16 anos os governos petistas à frente do País, confrontando discurso do ‘novo’ adotado pelo petismo Brasil afora.

Ontem, durante cerimônia em que recebeu título de doutor honoris causa da UFABC (Universidade Federal do ABC) ao lado de Dilma no campus de São Bernardo, Lula abusou das comparações entre as administrações do PT e do PSDB para maximizar marcas petistas.

No pleito do ano que vem, o cacique terá de contrariar sua teoria de renovação aplicada na eleição paulistana do ano passado, quando defendeu o ‘novo’ Fernando Haddad, e que será reeditada no processo eleitoral ao governo do Estado, quando a ‘novidade’ será o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

Lula se cercou de números para justificar a continuidade do PT no Palácio do Planalto durante a atividade, que, além de Dilma (que não pronunciou uma palavra sequer), contou com as presenças dos ministros Aloizio Mercadante (Educação) e Miriam Belchior (Planejamento e Orçamento). Ele colocou lado a lado desempenho de gestões petistas e tucanas em vagas em universidades, construção de escolas técnicas, postos de pós-graduação, quantidade de crianças matriculadas em escolas, Orçamento no Ministério da Educação, índice de desemprego e de famílias em extrema pobreza e inauguração de moradias populares.

No último tópico, fez relação direta à administração do PSDB em São Paulo, dizendo que a gestão de Geraldo Alckmin (PSDB) tem média de 20 mil casas populares construídas anuais por meio do programa Casa Paulista, enquanto o governo federal abre, no mesmo período, 90 mil residências pelo Minha Casa, Minha Vida.

Outra crítica direta ao modelo tucano foi feita ao comentar a política de instalação de escolas técnicas federais de seu governo e de Dilma. “Houve governo neste País que tirou essa responsabilidade da União, de construir escolas técnicas”, declarou Lula, durante seu discurso. O petista não citou diretamente o nome do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), mas afirmou que a medida foi adotada em 1998 (durante governo FHC), arrancando aplausos e risos da plateia composta por alunos, militantes do PT, prefeitos e secretários municipais.

“Estou pensando no Brasil em 2022, quando a gente completar 200 anos de independência. Aí vai ser duro, Dilminha. Vai ser duro quando a gente falar do País que a gente deixar em 2022 e mostrar o que a gente pegou em 2002 (em sucessão a FHC)”, declarou Lula, em direção a Dilma, sugerindo a possibilidade de o PT continuar por mais três mandatos no Brasil.

Saulo é o único prefeito da região a não comparecer à solenidade

O prefeito de Ribeirão Pires, Saulo Benevides (PMDB), foi o único chefe de Executivo do Grande ABC a não comparecer à cerimônia de homenagem ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), evento prestigiado pela presidente Dilma Rousseff (PT).

Luiz Marinho (PT), de São Bernardo, foi padrinho de Lula na solenidade e sentou-se ao lado do cacique no palco. Carlos Grana (PT-Santo André), Lauro Michels (PV-Diadema), Donisete Braga (PT-Mauá) e Gabriel Maranhão (PSDB-Rio Grande da Serra) estiveram em área reservada a autoridades.

Em agosto, quando Dilma veio a São Bernardo para anunciar investimento na ordem de R$ 2,1 bilhões à região, Saulo não escondeu descontentamento com o governo federal por Ribeirão Pires não estar inclusa na lista de cidades beneficiadas. À ocasião, Saulo ameaçou se retirar da sala em que a presidente recebia demandas dos prefeitos.

Mais cedo, o peemedebista prestigiou o ato do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que assinou liberação de emendas de deputados estaduais.




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