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Trabalhadores dos
Correios entram em greve

Paralisação por alta real nos salários barra entrega
de cartas; empresa conta com plano de emergência

Pedro Souza
do Diário do Grande ABC
12/09/2013 | 07:06
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Nario Barbosa/DGABC


Os funcionários da área operacional da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) estão em greve na Grande São Paulo. Eles são responsáveis, principalmente, pelo transporte das correspondências. Portanto, todas as cartas, boletos e encomendas que ainda estão em trânsito não chegarão aos destinatários. Da mesma maneira, a partir de hoje não será possível enviar nada. A paralisação foi decidida pelos trabalhadores após assembleia na noite de ontem. Os braços estão cruzados desde às 22h.

Contas que estão prestes a vencer devem ser impressas, por meio dos sites dos credores. Ou os consumidores deverão ir direto às lojas ou unidades de operadoras de serviços para pagar suas dívidas, pois não há previsão para a retomada das atividades dos Correios.

Segundo diretor regional do Sintect-SP (Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos da Grande São Paulo), José Luiz de Oliveira, é possível que os funcionários que atendem nas agências dos Correios trabalhem. “Mas os carteiros, motoqueiros e motoristas, que são do operacional, estão paralisados. É greve geral nessa área”, explicou. No Grande ABC, a categoria conta com, aproximadamente, 1.500 trabalhadores.

Segundo os Correios, a empresa tomará algumas medidas de emergência para suprir a demanda de serviços postais durante o período de greve. “Se parte dos trabalhadores aderir à paralisação, a ECT colocará em prática medidas do seu plano de continuidade de negócios para garantir a entrega de cartas e encomendas e o atendimento em toda rede de agências. Entre as ações estão a realização de horas extras, mutirões para entrega nos fins de semana, deslocamento de empregados entre as unidades e contratações temporárias”, explicou a estatal, por meio de nota.

A companhia destacou ainda que as assembleias ocorreram apenas em 22% dos sindicatos dos cerca de 110 mil funcionários espalhados pelo País. São eles: Grande São Paulo, Bauru, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Roraima, Rio Grande do Sul e uma entidade exclusiva de Santa Maria e Tocantins.

ENTENDA O CASO - Os braços foram cruzados ontem após o Sintect-SP realizar assembleia na Capital. A categoria está em total desacordo com a proposta de reajuste salarial dos Correios de 5,27%.

Os funcionários pleiteiam reajuste salarial de 12,8%. Esse percentual considera 6,8% de inflação, com base no ICV (Índice de Custo de Vida – indicador de responsabilidade do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), mais 6% de incremento real.

Segundo Oliveira, o sindicato está avaliando a postura da empresa pública sobre o que está ocorrendo e por quanto tempo pode se estender a greve. “Não conseguimos entender, até agora, a posição dos Correios e do governo federal. Se eles ao menos oferecessem um aumento real de 1,5%, a categoria já estaria (parcialmente) satisfeita e possivelmente fecharia o acordo.”

Em resposta, a ECT diz que “está em processo de negociação do Acordo Coletivo de Trabalho 2013/2014 com as entidades sindicais e continuam abertos ao diálogo, não havendo, portanto, justificativa para paralisação”.

A estatal entende também que o reajuste de 5,27%, “somado à progressão anual concedida no ano passado, equivale ou ultrapassa os índices inflacionários do período, impedindo perdas aos trabalhadores”.

JUDICIÁRIO - Em 2012, após 18 dias de greve, a batalha entre os Correios e os trabalhadores seguiu até o TST (Tribunal Superior do Trabalho), que determinou o fim da paralisação e concedeu reajuste salarial de 6,5%.
 




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